Manaus (AM) – Ampliar a visibilidade da expressão do artista amazônida é o objetivo da primeira edição da ‘Mostra Intercultural de Moda Indígena’, que acontece nos dias 2, 9 e 23 de abril em Manaus.
A mostra acontece no Parque das Tribos, localizado na rua Rio Purus, Tarumã Açu; Salão Rio Solimões, na avenida Sete de Setembro, anexo do Palácio Rio Negro e Sumaúma Park Shopping, na avenida Noel Nutels, Cidade Nova.
O evento leva a assinatura da Seanny Artes Produções em parceria com o Projeto de Extensão Contadores de Histórias, da Escola Superior de Artes e Turismo (Esat) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
A pioneira proposta surgiu dos encontros do projeto de extensão da Esat-UEA, denominado ‘Contadores de histórias: o teatro de formas animadas na comunidade’ coordenado pela professora e artista Vanessa Benites Bordin.
“Tudo ali se construiu, o convite para a produtora Seanny Artes conhecer o trabalho dos indígenas no Parque das Tribos, culminando na elaboração da ideia para aprovação em editais públicos de cultura”, afirmou Vanessa.
A atiz Reby Oliveira, produtora executiva da Mostra, explica a importância deste evento, inédito no Brasil quanto ao caráter 100% indígena.
“É o primeiro evento de moda indígena no Brasil, e isso nos pegou de surpresa, pois só tem uma estilista indígena reconhecida no Brasil, a We’e’ena Tikuna. Temos populações étnicas gigantescas, encaradas como minorias, mas são maioria, com diversas línguas, mas desconhecidos do contexto em que vivemos. O intercultural da nossa proposta potencializa a desconstrução e mostra a particularidade que cada etnia tem. Por exemplo, no Parque das Tribos existem 36 etnias e os modelos da Mostra são todos de lá”, disse Reby.
Moda indígena
A Mostra será palco para a interculturalidade dos povos originários com desfiles de moda, produzidos e assinados por estilistas/artesãos indígenas que vivem na comunidade Parque das Tribos, proporcionando visibilidade para o grafismo e artes integradas em moda destes grupos.
A temática estabelecida para a primeira edição é justamente o grafismo indígena com suas tradições, ancestralidade e contemporaneidade, que se configuram nos trajes e traçados dos figurinos, pinturas e artesanatos que representam a especificidade de cada etnia.
O evento conta com a participação de 29 estilistas, sendo dois coletivos e 37 modelos indígenas, das etnias Munduruku, Baré, Sateré-Mawé, Tikuna, Witoto, Mura, Tariano, Kambeba, Carapãna e Kokama, entre outros.
A Mostra envolve 70 profissionais de diferentes áreas entre equipe de produção, apoio, patrocínio, estilistas, modelos, alunos de oficinas e público dos desfiles.
A professora doutora Vanessa Bordin, também idealizadora do evento, participa como apresentadora do evento ao lado de Carlos Kokama, revela como serão estes desfiles nos três dias de apresentação.
“Atrações culturais, performáticas, musicais e os desfiles em si, trarão visibilidade e ancestralidade. Os artistas indígenas e suas criações vão surgir na passarela contando histórias de seus povos por meio das vestimentas, peças, adornos, composições. Será a tradição dialogando com a modernidade”, disse Bordin.
Desde fevereiro, acontece aos sábados, no Parque das Tribos, a Oficina de Ilustrador de Moda, com 64 participantes, sob a coordenação de Seanny Oliveira, também responsável pela iniciativa do evento de moda indígena, que conta com o apoio cultural do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC), através do Concurso para Concessão do Prêmio Amazonas Cultura em Rede – 2021. Apoiam também o Sumaúma Park Shopping e Parque das Tribos.
*Com informações da assessoria
Fotos: Alonso Junior e Diogo Ferreira
Edição Web: Bruna Oliveira
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