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Com a Palavra

“Serei um dos deputados mais econômicos do Brasil”, diz o deputado Amom Mandel

Em primeira exclusiva como deputado federal, Amom Mandel afirmou que, durante sua atuação na Câmara Federal, não vai utilizar o auxílio-moradia e pretende ser um dos deputados mais econômicos do país

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – Aos 21 anos, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) foi eleito com mais 288 mil votos pelo Amazonas. O número foi expressivo, e o consagrou como o mais jovem deputado eleito no estado. Ao Em Tempo, em primeira exclusiva no novo cargo, Amom Mandel afirmou que, durante sua atuação na Câmara Federal, não vai utilizar o auxílio-moradia e pretende ser um dos deputados mais econômicos do pais, assim como não vai contribuir com o aumento dos privilégios da classe política: “vai contra os meus ideias”.

O deputado também falou sobre a iminente reforma tributária. Para ele, “a extinção do IPI já é tratada como certa e inevitável no Congresso Nacional”, e defendeu que é “possível manter os benefícios mesmo com a extinção desse imposto”.

Amom Mandel é natural da cidade de Recife, capital do estado de Pernambuco. Em 2020, entrou para o cenário político ao ser eleito vereador de Manaus.

Em Tempo – Agora o senhor vai para Brasília, onde decisões de maior alcance são tomadas e vai ter de lidar com interesses dos políticos de outros estados que trabalham para as suas respectivas bases. O senhor tem uma estratégia para as demandas do Amazonas para que tenham mais destaque na Câmara Federal?

Amom Mandel – As pautas de interesse do Amazonas terão destaque natural por conta do contexto geopolítico atual e da evidente necessidade de adequação da legislação e dos interesses econômicos às consequências impostas pelas mudanças climáticas vistas no mundo. Para além do contexto ambiental, já tomamos iniciativas para abrir o diálogo com políticos de grande influência a nível nacional.

ET – Como o senhor pretende trabalhar com a bancada do Amazonas? Nem todos os seus colegas de bancadas têm o mesmo alinhamento político que o senhor tem. Estaria disposto a abrir de alguma convicção em troca de apoio para algum projeto de sua autoria?

Amom Mandel – Jamais abriria mão dos meus ideais.

ET –De que forma o senhor pretende chegar ao interior do Amazonas, que é tão grande e ainda precisa de tanta estrutura e serviço público? Há algum projeto específico para os municípios?

Amom Mandel – Através de emendas parlamentares destinadas a instituições de alta relevância na capital e em todos os interiores, tais como a UEA, a UFAM, a FCECON, o Adriano Jorge e muitas outras, pretendemos alcançar algumas das necessidades mais urgentes dos municípios. As instituições foram previamente definidas durante a campanha de 2022, com compromissos registrados em cartório destacando alguns dos percentuais para a distribuição das emendas. Para selecionar os projetos contemplados com as emendas, vamos manter contato direto com todas as instituições e visitar alguns dos municípios com a equipe destacada para o nosso Gabinete Móvel.

ET – O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, fez declarações preocupantes para a Zona Franca de Manaus ao defender o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Com a reforma tributária na agenda das próximas discussões da Câmara, de que forma o senhor articulará a preservação do principal modelo econômico do Amazonas frente às ameaças? É possível o estado construir outros modelos econômicos?

Amom Mandel – A extinção do IPI já é tratada como certa e inevitável no Congresso Nacional. É tecnicamente possível manter os benefícios mesmo com a extinção desse imposto, em algum outro arranjo dentro da reforma tributária, embora essa seja uma discussão ainda incipiente. A bancada do Amazonas já começou a se articular para garantir o espaço dos nossos representantes nesse caso. Para além disso, temos alternativas para ajudar a diversificar a nossa matriz econômica. Essa foi uma pauta da nossa campanha. Inicialmente, minha aposta vai para o mercado de carbono, para o ecoturismo e para o desenvolvimento de sistemas. Somos referência nacional em engenharia de software.

ET – O dia 8 de janeiro ficará marcado na história do Brasil como um momento em que a democracia foi manchada com a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes por bolsonaristas. O senhor avalia que episódios golpistas podem acontecer futuramente no país? Como o Brasil pode superar essa onda antidemocrática?

Amom Mandel – Episódios de terrorismo, de tentativas de golpes de Estado e afins podem sempre ocorrer. Creio, no entanto, que as instituições estarão mais preparadas após o fatídico dia 8 de janeiro. O meu foco nesse tema será no combate às ideologias extremistas e na educação política. O terrorismo, o vandalismo e afins são etapas finais do processo de radicalização/extremização do indivíduo. Se combatermos ideologias extremistas, talvez não vejamos repetições desse episódio no futuro. É o que espero.

ET – O mundo inteiro viu a situação alarmante no território Yanomami, com crianças em estado grave de desnutrição. Como o senhor pretende atuar para defender as populações indígenas do país?

Amom Mandel – Estou em contato com jornalistas responsáveis pela cobertura do caso dos Yanomami desde antes da repercussão de janeiro de 2023. Além deles, estou também em contato com autoridades acadêmicas para desenvolver projetos de Lei que endureçam os critérios de repasses de recursos públicos em todas as áreas para Prefeitos, Governadores e demais autoridades que não atinjam certos critérios de qualidade no atendimento a essas populações. É preciso impedir o desmonte da polícia federal, dos batalhões ambientais e afins.

ET – Qual é a sua avaliação sobre o primeiro mês do Governo Lula? O senhor analisa os primeiros trabalhos da gestão positiva? Há críticas?

Amom Mandel – O governo patinou em algumas pautas e demonstrou certa desorganização; Alguns exemplos são a declaração do Ministro Carlos Lupi, que afirmou que precisaríamos rever a reforma da previdência realizada em 2019, apesar de ter sido imediatamente desautorizado pelo ministro da Casa Civil. A contradição entre os ministros sobre um tema tão sensível gera insegurança no mercado de trabalho e afasta, portanto, os investidores do Brasil. A reação do mercado é negativa em casos como esse, contribuindo indevidamente para a noção de embate de Lula com o mercado de capitais, o que compromete a sua credibilidade e a sua popularidade. Quanto à credibilidade e reputação, poderia destacar alguns pontos também: o Presidente deixou de atender representantes de 6 países que vieram à posse por “falta de tempo”. É o tipo de coisa que não pode acontecer. A reação imediata no caso de 8 de janeiro, no entanto, foi positiva: se tivesse demorado mais, teríamos uma enorme crise no dia seguinte.

ET – O Congresso Nacional é acusado de legislar em causa própria, como vimos na questão do orçamento secreto. Qual será sua postura frente a esse tipo de questão? O senhor pretende abrir mão de algum benefício como deputado, e dar exemplo aos colegas?

Amom Mandel – Não vou utilizar o auxílio-moradia, serei um dos deputados mais econômicos do Brasil e não contribuirei para o aumento dos privilégios. Vai contra os meus ideais. Infelizmente sou um dentre 513 deputados – algumas coisas fogem ao meu controle. 

ET – Por fim, deixe uma mensagem para os amazonenses sobre o que o senhor pode prometer em Brasília e o que eles podem cobrar do senhor.

Amom Mandel – Vou me dedicar ao máximo para ser o seu melhor representante. Quero ser o deputado mais presente no Amazonas e vou trabalhar para cumprir com todos os meus compromissos; podem me cobrar.

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