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investigação

PF investiga crimes de redução a condição análoga à escravidão em instituto de Itacoatiara

Internos eram submetidos a condições degradantes de higiene, sem alimentação adequada e a trabalhos forçados

Operação aconteceu na manhã desta terça-feira (27). Foto: Divulgação

Itacoatiara (AM) – A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (27), a Operação Cativos para reprimir crimes de redução a condição análoga a de escravizado em um instituto destinado à recuperação de dependentes químicos, localizado na cidade de Itacoatiara (distante 269 quilômetros de Manaus). A ação cumpriu três mandados de busca e apreensão e um dos alvos foi o pastor Arison Aguiar, que recebia os dependentes químicos no local. 

De acordo com a PF, além de submissão dos internos a condições degradantes de higiene, sem alimentação adequada, e submissão a trabalhos forçados, ‘lives’ eram realizadas por meio das redes sociais com o objetivo de obter engajamento e recursos financeiros de doadores, configurando exploração da imagem do grupo.

A Operação Cativos contou com a participação do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC-AM). Coordenada pela PF, a operação ocorreu em decorrência de uma denúncia via Ministério Público, sobre as atividades do instituto terapêutico de reabilitação para dependentes químicos no município. 

Técnicos que atuam na Gerência de Política sobre Álcool e outras Drogas (GPAD) da Sejusc atuaram em conjunto com os 25 policiais federais para os três mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal no Amazonas.

De acordo com a secretária executiva de Direitos Humanos, Gabriella Campezatto, a denúncia indicava que os internos eram submetidos ao trabalho análogo a escravidão, em condições degradantes de higiene, sem alimentação adequada, executando trabalhos forçados, além de não possuir equipes técnicas para o tratamento no local. 

Durante a operação, a Sejusc atuou para averiguar a violação de direitos, com a aplicação de formulários, entrevista com pessoas encontradas no local e encaminhamentos para a rede de proteção.

“No local foi verificado as condições que eles moravam, a forma de habitação. Ao todo, foi verificada a presença de 15 homens e seis mulheres, por meio da aplicação de um formulário institucional e com os adictos, além de acionada a rede de proteção do município para maiores intervenções”,

comentou a secretária Gabriella.

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