×
filme

A jornada de um gato!

O gato de Flow é silencioso, observador, independente, mas, ao longo do filme, vai descobrindo que nem tudo precisa ser feito sozinho

Ontem à noite, me acomodei no sofá com os gatos para assistir a um filme que chamou minha atenção: Flow – às vezes é preciso procurar a cópia do filme no mercado negro, rs.

Sempre que tem gato na história, eu já fico interessada. E esse não era qualquer gato – o protagonista era um felino preto, atravessando um mundo alagado ao lado de outros animais. Wolverine logo se ajeitou ao meu lado, Grey subiu no encosto do sofá, e Tempestade, desconfiada como sempre, observou de longe.

A história me prendeu desde o início. O gato de Flow é silencioso, observador, independente, mas, ao longo do filme, vai descobrindo que nem tudo precisa ser feito sozinho. Quem já conviveu com gatos sabe bem como é isso. Eles são mestres na arte de parecerem autossuficientes, mas, no fundo, criam laços profundos – do jeito deles, claro. E foi interessante ver essa jornada representada na tela, sem uma única palavra, apenas com expressões e movimentos tão característicos.

Enquanto eu assistia, me peguei pensando nos gatos pretos. Como veterinária, já atendi muitos deles e sei que, até hoje, sofrem preconceito. Ainda há quem acredite em superstições absurdas, o que, infelizmente, faz com que esses gatos tenham menos chances de adoção.

Mas, para quem já teve a sorte de conviver com um, sabe o quanto são especiais. Inteligentes, afetuosos e donos de uma elegância única. O protagonista de Flow me lembrou disso a cada salto preciso, a cada olhar atento, a cada momento de hesitação antes de confiar nos companheiros de viagem.

A ausência de falas no filme me fez prestar mais atenção na comunicação não verbal dos gatos aqui de casa. Wolverine, por exemplo, fala muito com o rabo – um balançar lento quando está curioso, uma pontinha vibrando quando está feliz. Grey pisca devagar para demonstrar carinho.

E Tempestade? Bem, ela ainda finge que não precisa de ninguém, mas quando deito para dormir, lá está ela, aninhada perto dos meus pés. O filme me fez refletir sobre como os gatos são mestres na comunicação silenciosa, e nós, humanos, é que precisamos aprender a escutar.

Além da história e da animação belíssima, outro detalhe me chamou atenção: Flow foi totalmente criado em um software de código aberto e produzido por uma equipe pequena. Isso me lembrou dos gatos de rua que resgato – muitas vezes, um único gesto, uma ajuda inesperada, pode fazer toda a diferença. Assim como o gato do filme encontra aliados improváveis em sua jornada, um gato abandonado pode encontrar um lar onde menos se espera.

Quando os créditos subiram, olhei para os meus três e pensei no caminho que cada um percorreu até aqui. Wolverine e Grey, resgatados ainda filhotes, se tornaram confidentes inseparáveis. Tempestade chegou depois, arredia, mas aos poucos foi se permitindo fazer parte da família. Flow me lembrou disso: todo gato tem sua própria jornada, seu próprio tempo de confiar e se adaptar.

Se você ainda não viu Flow, recomendo assistir – e, se possível, com um gato no colo. Talvez você veja mais do que um filme. Talvez enxergue, ali na tela, a essência dos felinos: destemidos, resilientes e, no fundo, muito mais ligados a nós do que costumamos perceber.

Leia mais:

Será que os gatos sonham?

Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsAppClique aqui e junte-se a nós! 🚀📱

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *