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Saúde

Um sono de qualidade começa muito antes de deitar, e não estou falando de apagar as luzes

Por conta de não entender esse equilíbrio entre cortisol e melatonina, muita gente tenta apenas estimular o sono e falha miseravelmente nessa missão

Foto: Divulgação

Já precisou tomar alguma coisa para dormir e não funcionou? E já se perguntou o motivo? Se tem uma coisa que é comum em roda de conversa de adulto, é ouvir sobre noites mal dormidas. A insônia é um mal que acomete até 30-40% da população adulta e pode acontecer de diversas formas e por vários fatores. Vamos entender melhor.

Existe aquela insônia clássica, que é a ausência do sono. A pessoa até deita na cama para dormir, mas fica rolando de um lado para o outro da cama sem conseguir pegar no sono. Demora, mas até dorme. O problema é que dorme tão tarde que já é próximo da hora de acordar, e não tem nem tempo de descansar. E se lembrar do horário só piora as coisas, porque parece que a ansiedade se intensifica e bate o desespero.

Tem outra forma de insônia: a pessoa até deita na cama e dorme, mas é um sono leve, que se cair uma pena no chão, vibrar o celular ou qualquer barulho na rua a pessoa já acorda. E acorda várias vezes na noite, nunca chegando no sono profundo de descanso. Então acorda como se nem tivesse dormido.

Outro tipo de insônia é um pouco mais mascarada, a pessoa dorme por longas horas, às vezes até mais que 8 horas, mas parece que acorda mais cansada do que quando foi dormir. E tem o pior dos casos: se deitar não sente sono e, se dormir, acorda o tempo todo. Estado de alerta contínuo. O que mais vemos é simplesmente tentar resolver com medicamentos. Mas vamos entender um pouco sobre o mecanismo do sono para entender como podemos ajudar o nosso corpo a descansar.

Vamos conhecer um cara chamado cortisol (que anda bem famoso) e sua participação nisso tudo. Quando acordamos, esse cara chamado cortisol tem um pico logo pela manhã. Ele é o hormônio responsável pelo nosso estado de alerta: é ele que ajuda a acorda, nos dá a energia do dia e mantém nosso estado de alerta para exercer as funções. Com o passar do dia, ele vai baixando e deve cair bastante à noite, para levar o corpo ao estado de relaxamento e sono.

Durante o sono, produzimos outro hormônio, a melatonina, que já começa a aumentar sua concentração no corpo à medida que o dia se vai, com a chegada da escuridão da noite. Ela ajuda o corpo a relaxar e, uma vez dormindo, leva do estado de vigília (aquele sono leve) para o sono profundo. É durante esse sono profundo que acontece o descanso de fato do corpo e a reparação da manutenção metabólica. Enquanto não estamos em sono profundo de qualidade, não tem reparação sendo feita. Aí começa a chave de muito problemas.

Um indivíduo sem sono reparador adequado não descansou, mesmo que tenha dormido por várias horas. Isso significa que o metabolismo tende a ficar mais lento, o humor oscila, a concentração falha e todo ciclo circadiano fica desequilibrado. Ou seja, até para emagrecer precisamos de um sono de qualidade. E como resolver esse desequilíbrio?

Temos que entender que é um ciclo: cortisol nos mantém em alerta e melatonina desliga. Se o alerta não for desligado, não tem melatonina suficiente para promover descanso, e consequentemente não tem sono de qualidade.

Aí começamos a entender o motivo pelo qual muitos suplementos, chás e até mesmo medicamentos não resolvem o problema milagrosamente: o mecanismo de ação e o equilíbrio do ciclo. Se o mecanismo de ação não melhora a relação cortisol/melatonina (entram aqui muitos medicamentos que só “apagam” a pessoa sem estimular a qualidade do sono), não adianta fazer dormir 12 horas porque não induziu ao sono de qualidade. Sim, aquela frase que ouvimos da nossa mãe: quantidade não é qualidade.

Uma rotina de sono de qualidade requer em controlar os níveis de cortisol durante o dia e estimular a melatonina durante a noite. Para o dia, atividades que diminuam o estresse e suplementos que evitem os picos de cortisol. Sim, existem suplementos que ajudam você a evitar picos de irritação mesmo em momentos caóticos e não causam dependência. Apenas trabalham junto com seu corpo regulando o cortisol. Alguns exemplos desses reguladores naturais: hidroxitriptofano, mulungu, L theanina, rhodiola rosea, ginseng indiano, etc.

Uma formulação bem elaborada com esses ativos traz sensação de bem estar durante o dia e leveza para momentos tensos porque atua equilibrando os níveis de cortisol, sem deixar lento ou diminuir a velocidade de raciocínio. E se evitamos os picos durante o dia, naturalmente temos menos cortisol para inibir à noite e deixamos o caminho livre para a melatonina trabalhar. Em casos que precise de suplementação, o que se pode fazer é ajudar o corpo nesse relaxamento e estímulo, com suplementos como triptofano, passiflora, camomila e GABA, além da própria melatonina.

Por conta de não entender esse equilíbrio entre cortisol e melatonina, muita gente tenta apenas estimular o sono e falha miseravelmente nessa missão, acumulando noites mal dormidas e um total desequilíbrio metabólico e de humor. Claro que existem várias outras causas para insônia e todas devem ser investigadas por profissionais habilitados, mas vale sempre observar como está a energia do seu dia antes de chegar na cama esperando que tudo se desligue milagrosamente.

E você, como está seu sono? Se esse texto fez sentido para você, curta e compartilhe com alguém que precisa dormir um pouquinho melhor.

Natasha Mayer

(*) Natasha Mayer é Farmacêutica, formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), pós-graduada em Cosmetologia pela Faculdade Oswaldo Cruz – SP, em Saúde Estética pela Biocursos e em Gestão de Empresas pela Fundação Dom Cabral. Mestre em Engenharia de Produção pela UFAM, CEO da Pharmapele Manaus e presidente da Associação dos Jovens Empresários e Empreendedores do Amazonas (AJE-AM).

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