Por Juarez Baldoino da Costa (*)

Com ou sem a BR 319, desacreditada pelo PIM – Polo Industrial de Manaus e pelo próprio comércio manauara há décadas, a ZFM vem atropelando tanto a rodovia quanto as crises econômicas periódicas, as estiagens e as cheias, e também Brasília e seus desconhecidos e desconhecedores do Amazonas com suas narrativas políticas que em alguns casos mais parecem devaneios.

Ao contrário, o Brasil continuou comprando a ZFM por R$ 204 bilhões somente em 2024 num total de R$ 1.345 bilhões nos últimos 10 anos, segundo a SUFRAMA.

As citações de reportagens e até vídeos que infantilmente alegam o óbvio de que produzir no Amazonas é mais caro, sem citar a redução de preços pelos incentivos fiscais determinado pela Constituição Federal, ignorando os preços da economia e os movimentos estratégicos de suas políticas, como faz a China, os EUA e a Europa, é como um Contador querer explicar uma cirurgia coronariana.
Narrativas inconsistentes tornam seus autores inconsistentes.

Seguem ainda ignorando o bem que faz ao povo consumidor do país que pode comprar produtos sem os indesejáveis tributos que andam sempre pelo ralo da ineficiência, entre outras mazelas, aplicando estes ganhos em processos de dinamização da economia, frequentando restaurantes, modernizando sua residência e viajando.

Um telefone celular da ZFM permite um ganho médio de R$ 1.100,00 se fosse comparado com um produzido fora de Manaus. Quem troca de celular a cada 3 anos e ainda tem na família outros 3 ou 4 aparelhos, estaria retendo em seu caixa em 9 anos cerca de R$ 19.000,00. O quê este consumidor faria com este dinheiro em seu próprio bem e o quê o governo faria com o mesmo valor?

Se somarmos os ganhos com as TV da família, chegamos aos R$ 45.000,00, sem falar nas motos e nos aparelhos de ar condicionado.

Prá onde olham os delatores?

Os atoleiros da rodovia BR 319, a taxa de pouca água cobrada no frete por armadores de navios cargueiros quando o rio está baixo e a carga é reduzida, a distância de milhares de quilômetros para trazer componentes e outros milhares de quilômetros para entregar seus produtos, nada disto tem impedido de haver crescentes resultados para o Amazonas e tornar sua capital o 7º. PIB entre as cidades brasileiras através da ZFM, e continuar ajudando o bolso dos brasileiros; o que está errado nisto?

É ululante o benefício natural de uma estrada em qualquer lugar do planeta, tanto quanto é ululante que o interesse pelo ganho vence qualquer obstáculo, como o tem provado a ideia do DL 288 há 58 anos.

É também ululante que, sem os benefícios fiscais da ZFM, nem duas BR 319 reterão empresas no PIM, e a perda para o consumidor brasileiro será de R$ 352 bilhões a cada 10 anos, considerando o total anual da renúncia fiscal destes incentivos fiscais lançado na LDO de 2025 em R$ 35,2 bilhões.

Estes R$ 352 bilhões sairão do bolso justo dos futuros compradores para o bolso perdulário dos cofres do erário. Onde está a lógica para um país que precisa de liberdade para empreender e liberdade para o cidadão usar o seu dinheiro?

Renúncia fiscal é a renúncia ao desmando público com os recursos do cidadão.

A ZFM é a renúncia fiscal mais lógica e social que o Brasil consagrou desde 1967, referendada pela CF de 1988 por um Congresso que alguns incompreendem.

Atropela, ZFM!

(*) Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Contabilista, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas especializado em ZFM.

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