Vivemos em uma época em que todo mundo quer ser produtivo 24 horas por dia. A agenda não perdoa: trabalho, estudos, reuniões intermináveis que poderiam ter sido um e-mail, filhos, vida social (quando dá) e ainda sobra a expectativa de manter corpo, mente e pele em dia. Resultado? Uma sobrecarga mental digna de maratona olímpica. Não é à toa que tanta gente anda em busca de um “gás extra” para dar conta dessa rotina alucinada.

E é aí que surgem as famosas pílulas milagrosas da eficiência, as anfetaminas medicamentosas, usadas para tratar distúrbios sérios como TDAH, mas que viraram febre em rodas de conversa de faculdade e até mesmo em escritórios “fitness mentais”.

Quem não tem um amigo tomando e falando sobre as maravilhas de finalizar aquele relatório traumático em tempo recorde? O problema? Além de não serem bala mágica, carregam um fardo pesado: insônia, taquicardia, ansiedade, queda de apetite e, com o uso contínuo, o risco de dependência química. Ou seja, você pode até resolver seu relatório em tempo recorde, mas talvez acabe precisando de outro relatório para organizar a sua saúde depois.

Mas calma, não é preciso transformar seu cérebro em cobaia de farmacopeia recreativa. Existe um universo inteiro de alternativas naturais e inteligentes que podem turbinar seu desempenho sem deixar aquele rastro de efeitos colaterais. E aqui entra o verdadeiro charme dos boosters cerebrais.

Entre os campeões temos:

  • Ômega-3 (com destaque para o DHA), essencial para manter os neurônios em forma e a memória funcionando (ninguém quer inflamações crônicas atrapalhando o cérebro);
  • Complexo B, os “operários da mente”, que ajudam na produção de neurotransmissores (afinal, vitaminas são essenciais sempre);
  • Magnésio, que além de evitar cãibras, ainda atua na regulação do humor e na sinapse (sim, músculos e neurônios funcionando maravilhosamente bem);
  • Ginkgo biloba, clássico para circulação cerebral e memória (lógica simples: mais sangue no cérebro, mais nutrientes, melhor resultado das funções);
  • Bacopa monnieri, que melhora o aprendizado e foco a longo prazo (não, não é do dia para a noite);
  • Taurina + L-teanina, a dupla dinâmica que te deixa focado sem aquela tremedeira de “hamster na rodinha”.

E se você é fã de inovação — assim como eu — há também os nutracêuticos de última geração: colina (Alpha-GPC, CDP-colina) para turbinar a acetilcolina (um dos nossos principais neurotransmissores), N-acetil-L-tirosina para dar aquele boost na dopamina (a molécula da motivação), além de antioxidantes como Coenzima Q10 e PQQ, que cuidam da energia mitocondrial — afinal, neurônio cansado não pensa direito.

Antes que você, caro leitor, me pergunte qual é meu favorito, eu sou suspeita demais para falar que tomo todos esses, mas nem todos os dias: o segredo está em ajustar de acordo com a necessidade.

O ponto mais importante, porém, é entender que não existe receita de bolo universal. Cada cérebro tem suas particularidades, suas carências e suas necessidades. Por isso, a suplementação deve ser individualizada e personalizada. Do contrário, você corre o risco de virar aquela pessoa que toma dez cápsulas diferentes por dia e continua esquecendo onde deixou as chaves do carro.

Em resumo: sim, é possível dar um upgrade no cérebro e melhorar foco, memória e desempenho. Só não precisa cair na ilusão de que uma pílula mágica vai resolver todos os problemas (até porque a conta vem, e geralmente em juros altos). Aposte em estratégias seguras, naturais e pensadas para o seu perfil. O cérebro agradece — e quem sabe até lembra de te dar um descanso merecido.

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