O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quarta-feira (8), durante a 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, que levará aos chefes de Estado as propostas e compromissos das crianças e adolescentes brasileiros com a proteção ambiental.
Lula destacou o protagonismo dos estudantes e defendeu a inclusão permanente da educação climática nas escolas.
“Temos que fazer com que a educação do clima não seja uma coisa eventual, que ela faça parte do nosso dia a dia, que ela faça parte da nossa cultura sistematizada. Isso aqui é um exemplo”, afirmou o presidente no evento realizado em Luziânia (GO), no entorno do Distrito Federal.
A conferência, que segue até 10 de outubro, discute educação e justiça climática e integra as ações preparatórias do Brasil para a COP30, que acontecerá em novembro de 2025, em Belém (PA).
O documento elaborado pelos estudantes será apresentado no Balanço Ético Global (BEG), espaço de engajamento social da conferência.
“Vocês estão fazendo uma pequena revolução nesse país”, disse Lula ao receber a carta com os compromissos dos jovens.
“Eu quero entregar uma carta dessa para cada presidente de país estrangeiro que chegar ao Brasil. Quero que eles saibam o grau de maturidade política do nosso jovem”, completou.
Entre os compromissos assumidos pelos estudantes estão:
- Apoio à luta e resistência de povos indígenas, comunidades quilombolas e agricultores familiares;
- Defesa da justiça climática com equidade, igualdade e inclusão;
- Prevenção de riscos climáticos e valorização das vulnerabilidades humanas;
- Enfrentamento das desigualdades e preconceitos, como racismo, homofobia e intolerância religiosa.
Incentivo à educação ambiental e turismo sustentável
Lula defendeu que o governo crie incentivos para que jovens conheçam as riquezas naturais do Brasil, fortalecendo a consciência ambiental.
“Por que a gente não pega as nossas crianças e faz um turismo pelo Rio Amazonas, pelo Rio Tapajós, pelo Rio Solimões? Isso é desenvolvimento de conhecimento”, afirmou.
O presidente destacou que o contato direto com a natureza é essencial para despertar o senso de cidadania e pertencimento.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, idealizadora da primeira conferência em 2003, elogiou o comprometimento dos jovens com o futuro do planeta.
“Em vez de dizer para o presidente o que ele deve fazer, vocês sempre dizem o que estão fazendo e com o que estão comprometidos”, disse.
“As crianças e adolescentes são as melhores mensagens que podemos enviar para o futuro. Porque o futuro é agora”, completou.
Desde o primeiro semestre, a conferência mobilizou 8.732 escolas em 2.307 municípios, incluindo instituições em áreas de risco socioambiental, indígenas, quilombolas e rurais.
O evento reúne cerca de 800 participantes, entre delegados infanto-juvenis de 11 a 14 anos, professores e representantes das comissões estaduais.
Organizada pelos ministérios da Educação, Meio Ambiente e Ciência, Tecnologia e Inovação, a conferência já envolveu mais de 20 milhões de pessoas desde 2003, consolidando-se como um dos maiores espaços de formação e engajamento ambiental do país.
Leia mais
