O profeta Isaías ensinava: “Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu” (7,10).
No Evangelho da Vigília do Natal o anjo anuncia, mostra, o sinal: “Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura”. Um recém-nascido! Um recém-nascido sinal que é o esperado pelas gerações, o rogado, implorado nos séculos, nasceu!. Eis que chegou o Emmanuel, Deus conosco! Nasceu para nós o Salvador, que é o Cristo Senhor. O sinal do Salvador, do Cristo Senhor, é um recém-nascido. Sim, um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura.
O sinal oferecido aos pastores: pequeno, delicado, frágil, recém-nascido! Nada de grandeza, poder, majestade, triunfo. Apenas um menino, necessitado, pobre, envolvido em panos, deitado no comedouro dos animais. Os sinais que são apresentados são quase decepcionantes: sinais da desventura, no desalojamento, na fragilidade, na quase desumanidade. Um necessitado de cuidados, a ser amamentado, carregado, fora da cidade. “Deus não cavalga a grandeza, mas desce na pequenez” (Papa Francisco).
O sinal para fazer compreender até onde chega o Amor pela condição humana: tocar com o seu amor a fragilidade humana. O Filho de Deus nasceu descartado para dizer que todo o descartado é filho, filha de Deus. Veio ao mundo como vem ao mundo uma criança débil e frágil, para acolher com ternura as nossas fraquezas. E para fazer descobrir como, em Belém, Deus gosta de fazer grandes coisas através das nossas pobrezas. Colocou toda a nossa salvação na manjedoura dum estábulo, sem temer as nossas pobrezas. Deixemos que a sua misericórdia transforme as nossas misérias! (Papa Francisco, Homilia, Vigília do Natal, 24/12/2020)
O Deus nascido tornou-se visível, palpável aos pastores, àqueles homens e àquelas mulheres que viviam na distância, sem casa, sem alojamento. Eles foram os primeiros a receber o anúncio-sinal, os primeiros a encontrar o Menino Deus. Extraordinário Sinal!
E paz na terra aos que amam! Um sinal da paz! Dia Mundial da Paz! Uma paz desarmada, uma paz que desarma, que é humilde e perseverante. Vem de Deus! A paz enche o coração, chega às famílias, a todas as pessoas, onde quer que se encontrem, a todos os povos, a toda a terra (cf. Papa Leão, início do ministério petrino).
A paz de Jesus é desarmada pois, nas circunstâncias históricas, políticas e sociais, os seus gestos e pregação foram de reconciliação, de fraternidade. A paz nasce de outro horizonte. Trata-se de abandonar o desejo de dominar, expropriar os outros, aprendendo a ver a todos como pessoas, como filhos e filhas de Deus, como irmãs e irmãos. O caminho do respeito, da dignidade rompe a espiral da vingança, do ódio, oferecendo trilhas, veredas de paz.
O sinal de Deus, é Ele mesmo em nossa humanidade. Ele sinal que nos desperta para a paz, isto é, para a fraternidade! Feliz natal e abençoado ano de 2026!

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