Não é de hoje que o município de Tabatinga é visto como um barril de pólvora que explode sempre que as operações da Polícia Federal se intensificam na região do Alto Solimões, sobretudo no Vale do Javari, onde desapareceram o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Philips.
Tabatinga continua sendo a cidade que mais dores de cabeça causa à PF. Trata-se da região onde ocorreu a instauração do maior número de inquéritos policiais (IPL) na última década, no combate aos garimpos ilegais. Os números podem ser conferidos via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Segundo a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), antes de desaparecer juntamente com Bruno, Dom Phillips se dirigia para o Lago do Jaburu, em Tabatinga, para realizar entrevistas com indígenas da área em busca de informações sobre ilícitos que iria denunciar em matéria jornalística e em um livro que estava escrevendo.
Certamente, as intenções de Phillips não agradavam madeireiros e garimpeiros que pretendiam invadir mais terras indígenas. Suspeita-se que o desenlace desse embate teria alcançado o seu ápice no último domingo, quando ocorreu o desaparecimento de Phillips.
A opinião pública espera que a repercussão internacional do caso mude os parâmetros de abandono da região e sensibilize o Ministério da Justiça a agir com determinação, dando à PF a estrutura necessária para ações mais ostensivas contra o crime organizado na tríplice fronteira cujo quartel general é Tabatinga. É a cidade onde a PF mais procede inquéritos contra o tráfico de drogas, contrabando de ouro e crimes ambientais no Norte do país.
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