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Operação Audácia: saiba quem são os PMs presos suspeitos por tráfico de drogas em Manaus; VÍDEOS

Sete policiais foram presos e um segue foragido

A Operação Audácia deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) nesta sexta-feira (14) cumpriu cinco mandados de prisão, em Manaus. Entre os alvos estão um tenente, cabos e sargentos da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), investigados por tráfico de drogas. Sete foram presos e um ainda segue foragido.

A investigação iniciou após denúncias anônimas apontar que os policiais estavam fazendo carregamento de entorpecentes no dia 17 de maio, no bairro Educandos, Zona Sul de Manaus. A ação deles foi registrada em vídeos. Veja imagens abaixo.

Cincos policias foram presos nesta sexta, eles são lotados no Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTRAN) e 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom). Cinco deles foram identificados como:

  • Joel Nunes de Souza, cabo no BPTRAN
  • Jhoanerson Fernandes de Oliveira, cabo no BPTRAN
  • Elizoney Pinheiro da Silva, 3° sargento do BPTRAN
  • Wender Bentes da Costa, 3° sargento da 2ª Cicom
  • Ivan Cruz Souza, 3° sargento da 2ª Cicom

O 2° Tenente Francisco de Assis Mota da Silva da 2° Cicom se entregou a polícia, na tarde desta sexta-feira (14), na sede do MP. O outro foragido, o 2º sargento Fabiano Araújo Negreiros, da 2ª Cicom, também foi preso na tarde desta sexta-feira.

Com sete presos, o único suspeito foragido é o 3º sargento Clovis Matias da Silva, do BPTRAN.

Foto: Divulgação

Operação Audácia

A operação teve como objetivo cumprir oito mandados de prisão e mais oito mandados de busca e apreensão, relativos à prática do crime de tráfico de drogas.

Após denúncias anônimas feitas ao MPAM e por meio de imagens, foi possível iniciar as investigações. Em vídeo foi identificado oito policiais, sendo quatro do BPTRAN e quatro policiais da 2ª Cicom.

Em vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível ver os policiais transportando as drogas em diversos sacos de fibras para viaturas da Polícia Militar. De acordo com as autoridades, cerca de 17 sacos de fibras foram apreendidos.

Crime foi praticado em viaturas

Titular da Proceap, o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia afirmou, com base no material reunido, que os policiais se dirigiram àquela localidade, no dia 17 de maio, e começaram a abastecer uma viatura da Polícia Militar, que estava a serviço do Instituto de Ensino de Segurança Pública.

“Foram colocados 16 sacos brancos de fibra, com capacidade para 50 quilos, dentro desse veículo oficial e um outro saco foi colocado em uma viatura da 2º Cicom, juntamente com uma mochila vermelha. Posteriormente, apuramos que houve um registro dos policiais na 2ª Cicom de que estavam fazendo patrulhamento ostensivo naquele lugar e encontraram quatro indivíduos — um deles portando esse saco de fibra desse mesmo tipo — e eles, ao verem a viatura, empreenderam fuga”, explicou o promotor Armando Gurguel, complementando que o saco foi levado ao 1º Distrito Policial, onde o conteúdo, após perícia, foi identificado como três tabletes de maconha prensada.

Nessa mesma data, segundo o promotor Armando Gurgel, a Rota Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) recebeu um boletim de ocorrência de que, naquele local, também havia ocorrido a presença de policiais na posse de grande quantidade de drogas. Após deslocamento até o endereço, porém, não foram encontrados os policiais ou qualquer quantidade de entorpecente.

“Mas, nos becos, encontraram uma casa vazia, apenas com uma prensa hidráulica, três caixas de armas de fogo e droga (cocaína e maconha). Diante desses fatos, verificamos os vídeos e foi possível ver que não havia nenhuma situação como a descrita no primeiro boletim de ocorrência, com quatro indivíduos abandonando uma sacola. Na verdade, o que existia eram 17 sacolas com drogas, sendo 16 colocadas em uma viatura e uma em outra — sendo essa única utilizada para fazer esse falso registro como história de ‘cobertura’”, complementou.

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidas pistolas e munições, que serão periciadas. Se forem da corporação, serão devolvidas à PM, caso contrário permanecerão sob custódia.

Suspeitos respondem por crimes semelhantes

“Essas pessoas estavam praticando crimes se utilizando do aparato policial, enquanto deveriam estar prendendo os traficantes. Eles estavam apreendendo esse material. Foi um ato que foi pego e é possível que tenham praticado outras vezes esse tipo de situação. Existem policiais aí que já têm outras situações parecidas em andamento na Justiça e, até recentemente, sofreram ações no mesmo sentido”, comentou o promotor Armando Gurgel.

De acordo com o coronel Nilo Corrêa, diretor do Departamento de Justiça e Disciplina (DJD) da Polícia Militar do Estado do Amazonas (PMAM), será investigada a responsabilidade administrativa desses policiais, em relação à questão disciplinar. “Sendo comprovados estes crimes, isso pode culminar com a exclusão dos quadros da PMAM”, explicou o coronel.

Com três PMs ainda foragidos, a operação Audácia aguarda resultados de outras buscas e demais diligências para concluir a denúncia, inclusive determinando se os oito PMs estavam traficando ou se tratava-se de “arrocho”, isto é, de droga apreendida de outro traficante.

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