Manaus (AM) — Após apagão que afetou principalmente as regiões Norte e Nordeste, ao Em tempo, parlamentares do Amazonas comentam sobre causas e consequências da falha no fornecimento. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os transtornos resultaram na queda de 83,3% do sistema na região Norte e em 44,4% na região Nordeste.
O presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás e Energia da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado estadual Sinésio Campos (PT), fez declarações sobre o impacto que o apagão causou em comércios e principalmente em serviços essenciais, como em hospitais.
“Por isso é preciso a consciência da importância de energias alternativas, como as termoelétricas. É necessário que elas recebam manutenção e, em momentos como esses, possam ser acionadas”
, avaliou Campos.
Sobre utilizar as termoelétricas, como energia alternativa, o deputado Amom Mandel (União), declarou que esse tipo de energia não é uma fonte viável a médio e longo prazo.
“A energia termoelétrica não é fonte alternativa viável no médio e longo prazo, pois aumenta o custo para manter o sistema operando. O Brasil é referência internacional em energias renováveis em razão do percentual significativo de energia renovável que compõe o sistema nacional”
, declarou.
A energia termoelétrica é a eletricidade obtida por meio da conversão de energia térmica em energia elétrica. O processo acontece nas usinas termoelétricas e tem início com a queima de um determinado material, como combustíveis fósseis ou biomassa, para a obtenção de calor. O calor aquece a água presente em uma caldeira, transformando-a no vapor que move as turbinas para o acionamento dos geradores.
Em nota, Mandel afirmou que já foi enviado requerimento ao Ministério de Minas e Energia (MME), com questionamentos sobre as causas da queda de energia de todo o país. No documento enviado ao MME, o parlamentar indagou o motivo para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste ocuparem o espaço de prioridade na retomada das cargas elétricas, mesmo sendo minimamente atingidas em relação às demais regiões.
“A prioridade é reunir com a Agência Nacional de Energia Elétrica e com o Ministério de Minas e Energia para cobrar esclarecimentos sobre o apagão que tomou conta do Brasil. Como parlamentar e membro da Comissão de Minas e Energia não posso permitir que isso aconteça sem as devidas explicações e precauções para evitar que isso não se repita”
, declarou o parlamentar.
A falha elétrica foi uma ocorrência na rede de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) que interrompeu 16 mil megawatts (MW) de carga. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a interrupção ocorreu devido à abertura da interligação Norte-Sudeste. De acordo com o ONS, às 08h31 desta terça-feira, houve uma ‘ocorrência’ que levou o Sistema Interligado Nacional (SIN) a operar fora de suas condições normais. As causas continuam sendo apuradas.
O deputado federal Fausto Júnior (União), em suas redes sociais, demonstrou indignação com a situação, questionando sobre o prejuízo aos comerciantes e famílias amazonenses e a necessidade de uma modernização.
“Imagina o prejuízo que comerciantes e muitas famílias acabaram tendo hoje por conta do apagão? Brasil é o 2° país com a energia mais cara do mundo, e o fornecimento é péssimo e inseguro. O apagão que atingiu 25 estados hoje é prova disso. Nosso sistema precisa de modernização urgente. Requeri informações ao ONS e vamos convocá-los na Comissão de Minas e Energia para esclarecimentos e quais medidas vão tomar para evitar futuras interrupções”
, afirmou.
Também nas redes, o deputado federal Adail Filho (Republicanos) fez declarações reivindicando a necessidade de apurações sobre causa do apagão e uma possível punição aos responsáveis.
“Manaus e os municípios de Manacapuru, Iranduba, Presidente Figueiredo, Parintins e Itacoatiara permanecem sem luz após o apagão que atingiu todo o Brasil. A falta de energia já está causando prejuízos a população. Precisamos investigar a causa desse apagão e punir os responsáveis. Estou protocolando agora um requerimento cobrando informação ao Ministério de Minas e Energia sobre o blecaute e o motivo da energia ainda não ter sido religada no Norte do Brasil”
, declarou.
Ministério de Minas e Energia
Como solução ao apagão, o ministro Alexandre Silveira determinou a criação de uma “sala de situação” para lidar com o processo de retomada da energia. O ministro determinou “a rigorosa apuração das causas do incidente”.
“Desde as primeiras notícias da interrupção do abastecimento de energia em alguns estados nesta manhã, determinei o rápido reestabelecimento dos serviços, assim como a devida apuração dos motivos que levaram à queda de energia”
, escreveu o ministro no Twitter.
O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou estar em contato com o ministro Alexandre Silveira e com o secretário-executivo da pasta, Efraim Pereira da Cruz, durante a situação, e apontou problema em Imperatriz, no Maranhão.
“Está indo bem. Estão com um problema em Imperatriz, no Maranhão, mas já estão debruçados lá sobre o problema”
, emendou.
O apagão começou a ser registrado nos sistemas de ONS às 8h31, no horário de Brasília, quando foi interrompido o aumento de carga do sistema elétrico. Em dez minutos, a carga foi reduzida em 25,9%. O Sistema Interligado Nacional (SIN) é um sistema de grande porte que interconecta, em uma malha de transmissão, a energia elétrica gerada em usinas hidrelétricas, termelétricas e eólicas no país. O ONS é a entidade que coordena e controla as operações.
O sistema é dividido em quatro “subsistemas” divididos pelas regiões do Brasil: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. O estado de Roraima foi o único ainda que não está conectado ao SIN. A ocorrência provocou a “separação elétrica” das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste.
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