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Investigação

Venezuelana morta no AM ainda pagou lanche para filhos dos suspeitos do crime, diz polícia

Julieta estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro e foi encontrada morta na sexta-feira (5)

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) deu mais detalhes, na manhã desta segunda-feira (8), sobre a morte da venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, de 38 anos, que desapareceu no dia 23 de dezembro e foi encontrada morta, na sexta-feira (5), em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas.

Segundo o delegado Valdinei Silva, do 37° Distrito Integrado de Polícia (DIP), de Presidente Figueiredo, as investigações só iniciaram na quinta-feira (4), após o registro do Boletim de Ocorrência.

“Um amigo da família no Piauí registrou um boletim pela delegacia interativa, o boletim foi dirigido à delegacia de Presidente Figueiredo. O boletim dizia que a vítima havia feito o último contato com a família por volta de 0h30 do último dia 23, onde disse que iria pernoitar no município e em seguida, seguiria para Rorainópolis. As equipes começaram a averiguar as pousadas. Na sexta, a equipe conversou com o acusado Thiago e ele confirmou que ela [Julieta] havia pernoitado no local e que teria pegado a rodovia no dia seguinte”, contou o delegado.

Seguindo a informação falsa, a equipe de investigação seguiu o fluxo, mas ao solicitar imagens das rodovias, ninguém havia feito o registro. A Polícia Civil só conseguiu novas pistas quando um morador das redondezas percebeu a presença dos objetos da vítima nas proximidades do local onde o corpo foi encontrado.

“Quando confirmou que o objeto parecia da Julieta, o Thiago já ia saindo pela lateral do terreno. Então a equipe percebeu que ele estava em fuga. Foi feita a detenção dele e da esposa, onde foram ouvidos separadamente e entraram em contradições”, detalhou Silva.

Em depoimento, o casal confessou o crime. No dia do crime, Thiago mandou a esposa Deliomara roubar o celular de Julieta, e com a recusa da companheira, o acusado se armou com uma faca e exigiu o celular da vítima. Após uma luta corporal entre o agressor e a venezuelana, a artista foi enforcada e teve os pés amarrados.

“O Thiago mandou que a esposa fechasse a porta e apagasse a luz, e ali ele começou a violentar sexualmente a vítima. Em certo momento, a Deliomara ligou a luz, viu a cena, ficou com ciúmes e ateou fogo nos dois envolvidos. O Thiago conseguiu apagar o fogo, enforcou a vítima novamente, e procurou ajuda em uma unidade de saúde. A Deliomara pegou uma corda e amarrou no pescoço da vítima, arrastou para o quintal e enterrou a Julieta na cova rasa”, relembrou o delegado.

Ainda de acordo com a autoridade policial, a vítima não estava de favor no local, já pagou uma quantia de dinheiro ao casal e ainda comprou comida para os filhos dos acusados.

“Ela pagou R$ 10 e teria comprado lanches para os filhos deles. O casal tem 5 filhos. Tivemos um trabalho integrado com o conselho tutelar e o CREAS, que entrou em contato com a promotoria e levou, ainda de madrugada, as crianças para os avós maternos”

Os acusados Thiago da Silva e Deliomara Santos estão presos e serão indiciados por latrocínio, estupro e ocultação de cadáver.

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