Brasília (DF) – O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, nesta segunda-feira (28), em meio à pressão por conta do aumento no preço dos combustíveis e depois de diversas críticas feitas pelo governo e pelo Congresso à estatal.
A troca de comando foi confirmada no início da noite pelo Ministério de Minas e Energia. O economista Adriano Pires, especialista do setor de óleo de gás e com interlocução com políticos em Brasília, irá assumir o cargo, também confirmou o MME.
Uma assembleia de acionistas para renovar o conselho foi agendada para o dia 13 de abril.
O movimento ocorre após o presidente Bolsonaro ter criticado a alta de cerca de 25% no preço do diesel anunciada pela Petrobras no início deste mês, quando também reajustou o valor da gasolina em quase 19%, na esteira dos ganhos do petróleo no mercado internacional.
Questionado em meados deste mês, Bolsonaro afirmou que existia a “possibilidade” de
substituição do atual presidente da Petrobras. Caso a saída de Luna seja efetivada, será o segundo presidente da Petrobras a deixar a companhia por insatisfação de Bolsonaro relacionada aos preços de combustíveis.
No ano passado, o então presidente da estatal Roberto Castello Branco saiu em
condições semelhantes.
“Embora a decisão seja igual à tomada um ano atrás, quando o Executivo decidiu não reconduzir Castello Branco e indicar o General Silva e Luna à presidência da Petrobras, os desdobramentos do fato para as ações hoje se deram de forma bem mais contida”, disse a corretora Ativa.
As ações preferenciais da Petrobras chegaram atingir uma mínima de 30,98 reais na sessão após a notícia, mas reduziam perdas e fecharam em baixa de 2,2%, a 31,60 reais.
“Isto acontece pela hora na qual a notícia foi divulgada e pelo mercado já trabalhar há semanas com a possibilidade de a mudança ser executada”, acrescentou a Ativa. Na gestão Luna, a Petrobras buscou seguir a sua política de paridade de preços de combustíveis, mas evitando repassar volatilidades do mercado de petróleo imediatamente.
No início de março, após um salto nas cotações internacionais devido à guerra na Ucrânia, a companhia efetivou o forte reajuste argumentando que isso era necessário para o abastecimento do país, que depende de importações de combustíveis.
A informação de que Bolsonaro decidiu tirar Luna da presidência da estatal foi publicada antes pela edição online da revista Veja, que cita o especialista do setor de energia Adriano Pires como nome mais forte no Planalto para assumir a comando da companhia.
“A indicação seria técnica e o nome de Pires é reconhecido pelo mercado como uma indicação que não romperia com as transformações operacionais e financeiras que vêm sendo executadas na companhia desde a metade da década passada”, opinou a corretora.
*Com informações do Isto É
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