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Investigação

Mulher pula do 5º andar para fugir de agressões do ex após contar sobre gravidez

Mulher recebeu alta hospitalar pouco mais de 24 horas após queda

Foto: Reprodução/TV Bahia | Reprodução/Redes Sociais

Salvador (BA) – Uma mulher de 27 anos se jogou do quinto andar de um prédio, em um condomínio de luxo, em Salvador, após a vítima afirmar que estava sendo agredida pelo namorado. As versões dadas por eles à polícia citam uma tentativa de fuga de agressão por causa de gravidez e um ataque de ciúmes.

O caso aconteceu na tarde de domingo (9), a vítima foi socorrida por equipes do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e levada para o Hospital Geral do Estado (HGE).

Segundo uma fonte que acompanhou o resgate, a vítima caiu em cima de um elevado de madeira, que amorteceu a queda. Ensanguentada, ela foi atendida consciente e reclamava de dores no corpo.

Ela recebeu alta hospitalar pouco mais de 24 horas após a queda. O caso é tratado pela Polícia Civil como lesão corporal dolosa. Ela teve fraturas múltiplas no corpo e um corte de 1,7 cm em uma articulação que fica na pelve.

O namorado dela, identificado como Igor Costa Campos, de 39 anos, foi preso em flagrante. Nesta terça-feira (11), ele teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.

“Meu cliente diz que não agrediu a vítima em momento algum, pelo contrário, disse que tentou evitar que a vítima se jogasse no quinto andar, que ela antes disso teve uma discussão com ele e que se trancou no quarto”, contou o advogado de defesa, Carlos Magnavita.

As informações estão no processo o qual a TV Bahia teve acesso. Os dois teriam se conhecido há cerca de um mês, quando a mulher saiu de Maceió, em Alagoas, para trabalhar em Salvador.

Eles se relacionaram nesse período até que, no domingo, o homem teria iniciado as agressões no apartamento. Igor Campos teria até prendido a vítima antes que ela conseguisse fugir, pulando do prédio.

Veja abaixo a versão apresentada pela mulher:

  • Conheceu Igor Costa Campos há cerca de um mês, começaram a morar juntos e tinham muitas brigas;
  • O motivo das brigas era que o namorado tinha ciúmes da vítima e dizia que ela havia ficado com conhecidos dele;
  • Nunca tinha ocorrido agressões físicas antes do dia queda;
  • Descobriu que estava grávida no final de maio e que Igor Costa Campos pediu para que ela fizesse um exame de DNA;
  • No dia 6 de junho, viajou para Maceió, onde ela morava antes de ir se mudar para Salvador. Ligou por videochamada e viu que o companheiro estava com dois meninos e duas meninas;
  • Ficou nervosa por achar que tinha sido traída;
  • Retornou para Salvador no dia 7 de junho e teve alguns escapes de sangramento enquanto viajava de ônibus;
  • Igor Costa foi buscá-la na rodoviária de Salvador e os dois discutiram quando chegaram no apartamento, mas não houve agressões físicas;
  • No dia 8 de junho, não houve brigas. Eles beberam e passaram a noite acordados;
  • Na manhã do dia da queda, ela saiu com o companheiro para Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, e, ao retornarem, a vítima foi dormir, mas Igor Costa Campos começou a questioná-la se ela havia ficado com algum conhecido dele;
  • Ela negou relacionamento com conhecidos dele e passou a ser agredida com murros no rosto, puxões de cabelo e chutes.
  • Gritou por ajuda, mas ninguém parecia ouvir;
  • Ele teria xingado ela de “pu**”, “nojenta”, “falsa” e dizia: “seu lixo, você merece isso, sua vaga*****”;
  • Quando Igor parou de agredi-la, ela se trancou no quarto e ele tentou invadir o cômodo. Nesse momento, o suspeito falou: “isso que você merece, sua pu**, vagabunda, acha que vai me enganar?”;
  • Ele havia usado drogas e bebida;
  • Viu o rosto de Igor pela porta e pensou que ele tivesse conseguido abrir;
  • Em ato de desespero, para não ser mais agredida, se jogou da janela do apartamento;
  • Após se jogar, ouviu Igor gritando, transtornado, depois que ela se jogou;
  • O namorado tem uma arma de fogo e ela foi ameaçada.

Veja abaixo a versão apresentada pelo homem:

  • Conheceu a mulher há cerca de um mês em uma boate noturna;
  • Que eles passaram a ter um relacionamento amoroso e morar juntos em seu apartamento;
  • A namorada suspeitou que estivesse grávida e constatou a gravidez há uns 15 dias;
  • Ele queria que ela fizesse um exame de DNA;
  • A namorada viajou para Maceió no dia 5 de junho para o aniversário do pai;
  •  Em Maceió, a namorada o ligou por videochamada e viu que ele estava com uma garota ao lado. Ela questionou, e ele disse que a mulher estava com o amigo dele;
  • A namorada passou a não atender as ligações dele e, no dia seguinte, o irmão dela contou que ela estava retornando da viagem;
  • A namorada voltou de viagem no dia 7 de junho e que ele a buscou na rodoviária;
  • Foram para o apartamento dele e ela “já chegou transtornada, fazendo escândalo”;
  • Ela dizia que havia perdido o bebê por culpa dele, pois ficou com tanta raiva ao vê-lo com outra garota na videochamada;
  • Os dois discutiram, se empurraram e ela pegou umas roupas e disse que se jogaria do apartamento;
  • Que ela tinha depressão e, em outras oportunidades, disse que ia se matar;
  • Que não lembra se teve discussões com a namorada um dia antes da queda, porque estava “aéreo”;
  • Que no dia da queda, ao conversar com a namorada, descobriu uma traição dela e contou para ela que não dava mais para continuar a relação;
  • Ela se transtornou e disse que ia se matar;
  • Em algum momento da discussão, ela tentou ir embora, mas Igor a puxou de volta com as malas;
  • Negou ter agredido fisicamente a namorada;
  • Confessou tê-la puxado pelos cabelos quando tentou levá-la de volta para dentro de casa e mordeu a orelha dela, mas “não foi forte”. Que só fez isso porque primeiro ela lhe deu uma cabeçada;
  • No meio da discussão, a mulher fechou a porta da saída do apartamento e se trancou no quarto;
  • Que ela sempre se trancava quando discutiam por qualquer coisa;
  • Que, antes do dia da queda, as únicas agressões físicas que houve no relacionamento foram praticadas pela namorada.
  • Perguntado por que a companheira, ao ser socorrida, falou que ele a agredia o tempo todo, ele respondeu que não sabe dizer o motivo;
  • Perguntado por que apartamento dele estava revirado, respondeu que foi a namorada que batia o braço nas coisas e que os dois estavam sob efeito de drogas;
  • Perguntado por que a mulher estava com lesões aparentes nos braços e pernas, respondeu que algumas marcas ela já tem nas pernas, e se tivesse marcas de pancadas, ele não foi o autor das agressões;

O que as testemunhas contam

Uma testemunha afirmou, durante depoimento para a Polícia Civil, que estava no mesmo condomínio quando o caso ocorreu, ouviu um grito e em seguida um forte estrondo.

A pessoa relatou que foi socorrer a vítima e ouviu da mesma: “Não me deixe morrer aqui desse jeito”.

A testemunha perguntou para a mulher o que tinha acontecido e ela afirmou que o suspeito “agredia ela o tempo todo”.

A vítima requereu medidas protetivas de urgência em desfavor do suspeito das agressões.

*Com informações do g1

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