De acordo com os dados de uma pesquisa realizada pelo Banco Nacional de Empregos (BNE) no fim do ano passado, praticamente todas as profissões da área de tecnologia estarão em alta ao longo de 2022, com uma previsão de cerca de 400 mil vagas disponíveis. Entretanto, mesmo com essa perspectiva de crescimento eminente, o país ainda sofre com falta de mão de obra qualificada para esse setor.
Para se ter uma ideia, o Brasil acumula perda de R$ 167 bilhões devido à falta de profissionais qualificados, de acordo com dados do mapeamento da Intera, empresa especialista em recrutamento no mercado digital. Áreas como a de Tecnologia de Informação (TI) e Ciências da Computação são algumas que oferecem muitas vagas para as mais diversas especialidades do setor tecnológico, mas que possuem poucos profissionais especializados.
Outros dados apontados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacam outra realidade: somente 20% da força de trabalho em tecnologia é provinda de mulheres, como se comprovou após essa amostragem realizada no fim de 2019. Porém, a atuação feminina no setor saiu de 27,9 mil para 44,5 mil em 2019, um crescimento de 60%, como apontam os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), mostrando que a força de trabalho feminina tem espaço para ampliar e conquistar novos horizontes profissionais.
Público feminino é maioria nos cursos de Automação Industrial da etech
Na região Norte, um bom exemplo que valida esses dados pode ser observado por meio do número de mulheres que aderiram aos cursos de Automação Industrial oferecidos recentemente pela etech, escola técnica mantida pela Fundação Desembargador Paulo Feitoza (FPFtech). Ao total, nas duas turmas de 40 alunos, as vagas foram preenchidas por 16 homens e 24 mulheres da Foxconn e 13 homens e 27 mulheres da Gertec, duas empresas parcerias que apoiam a iniciativa da escola.
Para Juliana Marques Leão, engenheira eletricista e atual analista de desenvolvimento Júnior da FPFtech, os desafios na carreira são muitos para qualquer profissional, pois é preciso aprendizado e qualificação constantes para se manter atualizado. Entretanto, ainda existem tabus a serem quebrados, porque a maioria dessas áreas são dominadas por homens.
“Em sala de aula, na faculdade, podíamos ver que de 45 alunos apenas 10 eram mulheres, sem contar que quando conclui o curso apenas 5 mulheres continuaram na área. Por ser um segmento dominado por homens e por algumas funções necessitarem de trabalho braçal, algumas mulheres acabam não se identificando; contudo, as áreas tecnológicas oferecem oportunidades variadas de atuação. A minha área, por exemplo, é muito vasta e oferece muitas possibilidades, pois pode-se atuar com eletrotécnica, eletrônica, telecomunicações e, até mesmo, automação, que hoje é a área a qual estou inserida”, comenta.
Por sua vez, Marluce Abrantes, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) administrativo da TPV do Brasil (Envision Indústria de Produtos Eletrônicos Ltda.) afirma que as oportunidades que as áreas tecnológicas oferecem são incríveis, principalmente para mulheres que gostam de trabalhar em ambientes dinâmicos, criativos e diversificados. “Na minha área é possível interagir com profissionais multidisciplinares que estão sempre se desafiando a pesquisar e a desenvolver novas tecnologias e sistemas inovadores, por isso, considero isso um dos grandes benefícios dessa área: a possibilidade de aprendizado contínuo e crescimento. Todos os profissionais que atuam no setor de tecnologia enfrentarão desafios, isso porque trabalhar com tecnologia requer profissionais criativos e dinâmicos, com pensamento criativo e que saibam trabalhar em equipe, e em grupos com diferentes perfis de profissionais”, diz Marluce.
A etech foi criada para o aprimoramento profissional e promoção de pessoas qualificadas de uma forma completamente diferenciada do ensino técnico convencional. A escola está localizada nos mesmos prédios da FPFtech, em um ambiente preparado adequadamente para receber os alunos.
Nessa primeira fase, a Foxconn e a Gertec foram as empresas apoiadoras da implantação da etech, por meio dos recursos da Lei de Informática, e, por isso, estão sendo as primeiras a se beneficiarem dos cursos oferecidos para o aprimoramento dos seus colaboradores. Em um segundo momento, a etech disponibilizará cursos para a sociedade, de forma paga, o que trará ainda mais oportunidades para as mulheres interessadas em atuarem na tecnologia.
*Com informações da Assessoria de Imprensa
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