Manaus (AM) — O início em um novo emprego é sempre de grande expectativa na carreira, mas para profissionais LGBTQIA+ o momento é ainda mais delicado, especialmente no que se refere a falar ou não sobre sua orientação sexual, ou identidade de gênero. A preocupação não é à toa. Estudo realizado pelo LinkedIn, plataforma focada em negócios e emprego, mostra que 35% dos brasileiros na sigla já sofreram preconceito no trabalho e 37% preferem não se assumir por medo de represálias.
Embora o cenário corporativo seja ainda desafiador, algumas empresas já mostram uma mudança de postura positiva, investindo cada vez mais em iniciativas que fortalecem o acolhimento e a inclusão para todos. A coordenadora administrativa do Sabin Diagnóstico e Saúde em Manaus, Camila Silva, passou pelo processo de descoberta da sexualidade ainda no início da carreira, mas só tornou pública sua bissexualidade 8 anos depois, quando já estava no emprego atual.
“Minha descoberta começou aos 18 anos, quando comecei minha vida profissional, mas assumi, efetivamente, quebrando todos os paradigmas, apenas aos 26, justamente no Sabin, onde senti que minha imagem profissional não seria prejudicada por eu ser quem sou”,
afirma.
Formada em Tecnologia e Gestão da Qualidade, ela trabalhou no serviço público e no Polo Industrial de Manaus (PIM), sempre mantendo a sexualidade como um assunto intocado. Embora não tenha sofrido preconceito direto, Camila ouvia comentários preconceituosos que a faziam “travar”.
“Eu sentia uma pressão externa. Os comentários e ‘brincadeiras’, embora não direcionadas a mim, me suscitavam vários questionamentos. O ambiente acaba sendo opressor”, reflete.
Inclusão
Celebrado ontem, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ destaca a importância de pessoas com sexualidades e identidades diversas se expressarem e comemorarem a existência em diferentes espaços, inclusive o corporativo. Empresas brasileiras investem em campanhas para promover respeito no ambiente de trabalho. O Grupo Sabin é um exemplo por promover qualificações na empresa.
Em 2018, a companhia criou um pioneiro Comitê de Diversidade e Inclusão para promover estratégias, políticas, projetos e ações de engajamento em temas e grupos minoritários, como etnia, pessoas com deficiência, LGBTQIA+ e gerações.
Nos últimos cinco anos, o Comitê realizou várias atividades para promover a inclusão desses grupos.
Acolhimento
A supervisora de Patrimônio e Contas Contábeis do Sabin em Brasília, Thaís Nascimento, 34, passou por um longo processo para se entender como lésbica. Enfrentou preconceito na família e passou por terapia até entender quem é. Ela define a experiência de trabalhar no Sabin como algo “libertador”.
“Poder trabalhar sendo eu mesma me dá a certeza de que meu crescimento será avaliado pela minha competência e resultados, não por algum preconceito. Aqui, todos conhecem a minha verdadeira versão”,
afirma.
A sensação de estar em um ambiente inclusivo é também sentida pelo analista de marketing digital da companhia, Guilherme Aguiar Silva, 33. Para ele, a cultura de cuidado do Sabin faz com que todas as pessoas, independentemente das suas diferenças, sejam bem tratadas.
“Sou um homem preto, gay, e sou super bem acolhido em todas as áreas, por todo mundo. E acredito que isso não é só comigo, mas com todos os colaboradores que fazem parte da sigla. É o que tem sido feito desde que o Sabin implementou o programa de diversidade, e que tem a ver com o próprio propósito da empresa, que é inspirar pessoas a cuidar de pessoas. Começamos cuidando de quem é de dentro”, ressalta.
*Com informações da assessoria
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