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Polêmica

Pastor ‘talarico’ é cercado por fiéis revoltados em porta de motel

Assembleia de Deus de Brasília virou palco de um escândalo após o religioso e vice-presidente ser acusado de trair a esposa com uma fiel

Foto: Divulgação

Brasília (DF) – O pastor da Assembleia de Deus de Brasília, Manoel Pereira Xavier, de 51 anos, está no centro de uma polêmica envolvendo uma suposta traição com uma “irmã” da igreja. O religioso teria sido flagrado por fiéis saindo de um motel em Ceilândia (DF). Ao ter o carro cercado por evangélicos da congregação na porta do estabelecimento, ele arrancou com o veículo e deixou o local às pressas.

Conforme descrito em perfil criado no Instagram para expor a traição, o Adeb Notícias, um homem, desconfiado das visitas constantes de Manoel à casa da ex-esposa, procurou outro pastor da igreja para reportar a suspeita de traição, em abril.

Ele informou que o “pastor talarico” da Assembleia encontrava-se com a ex-esposa dele e que saíam juntos com frequência. Intrigado, o religioso que recebeu a denúncia resolveu contratar um detetive para apurar os fatos.

Para surpresa de todos, a suspeita foi confirmada pelo detetive – que, ao monitorar o pastor adúltero, com um rastreador, descobriu que eram frequentes as visitas dele a um motel em Ceilândia, na companhia da “irmã” da igreja.

Certo dia, o rastreador indicou que o carro de Manoel estava no estabelecimento. Alguns membros, então, resolveram se deslocar ao local para averiguar se, de fato, tratava-se do pastor. O veículo dele foi visto saindo do motel. Porém, quando o grupo tentou abordá-lo, o pastor teria saído em disparada.

Fotos, vídeos e dados do rastreador que comprovavam a suspeita de traição foram levados ao pastor presidente, Orcival Pereira, que teria minimizado a situação, alegando não ser possível afirmar que Manoel estaria no interior do veículo visto no motel.

De acordo com o perfil que expôs o adultério, a diretoria da igreja convocou reuniões com pastores próximos, na tentativa de convencê-los de que se tratava de “um levante do inimigo e calúnias de pessoas inescrupulosas querendo derrubar” o outro pastor.

“Que os fatos sejam apurados e que, caso seja verdade, o pastor possa ser recuperado, passe pela disciplina, para voltar a ser exemplo aos fiéis”, escreveu o perfil de notícias.

Renúncia do cargo

Após ser exposto por fiéis nas redes sociais, o pastor anunciou que deixará o pastorado e o cargo de coordenador que ocupa na Assembleia de Deus (Adeb) de Ceilândia, no Distrito Federal.

Segundo uma mensagem enviada pelo pastor em um grupo de WhatsApp com fiéis, Manoel afirmou que a decisão da saída foi uma orientação de seu irmão, o presidente da Adeb, Orcival Pereira Xavier.

“Em concordância com a orientação do pastor Orcival, estarei saindo do pastorado da igreja de Ceilândia Sul e também da direção do setor II”, escreveu Manoel.

Talarico é um termo popular brasileiro usado para se referir a uma pessoa que trai ou se envolve com alguém que já é compromissada. É empregado como sinônimo de traição.

Debandada

Pessoas ouvidas pela reportagem relataram que muitos dos religiosos, decepcionados, fizeram uma debandada e deixaram a Assembleia após tomarem conhecimento do caso e terem visto as provas da traição do pastor.

“Segundo o regimento da igreja, qualquer pessoa que comete esse pecado deve ser, no mínimo, afastada, mas nada foi feito no caso dele”, afirmou uma fiel que preferiu não se identificar.

Por fim, a página de notícias da Assembleia divulgou que, na última terça-feira (26/6), houve uma reunião entre pastores coordenadores de alguns setores para discutir o adultério do pastor Manoel. No entanto, na ocasião foi dito que o ministro que tinha as provas da traição teria sido ameaçado a não levar o caso adiante.

Além disso, a reportagem teve acesso ao regimento interno da Convenção dos Ministros Evangélicos das Assembleias de Deus de Brasília e Goiás (Comadebg), que trata da aplicação de penalidades nos casos e nas formas previstos na Bíblia Sagrada.

“Aplicam-se aos membros as sanções de advertência, suspensão, perda de cargo, mandato ou função e exclusão, nos casos e forma previstos na Bíblia Sagrada, neste estatuto e no regimento interno da Comadebg. Os casos não solucionados pela Comadebg deverão ser encaminhados à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil”, define o documento.

*Com informações do Metrópoles

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