O Governo do Amazonas intensificou as articulações com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá para cooperação em projetos de segurança alimentar e acesso à água potável para populações ribeirinhas diante dos impactos das mudanças climáticas na região.
Foi realizada uma programação técnica com dirigentes da organização vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A agenda foi marcada por encontros em unidades de manejo sustentável de pirarucu e de jacaré, além de laboratórios científicos flutuantes, nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã e Mamirauá, na calha do Médio Solimões, na segunda-feira (12).
Durante as atividades, Tadeu de Souza reiterou a importância de ouvir os pesquisadores para embasar as políticas públicas, especialmente durante a estiagem deste ano.
“São os pesquisadores que têm contato direto com as populações interioranas, que possuem o conhecimento sobre essa tecnologia social diretamente ligada à segurança alimentar, à segurança hídrica, e a gente precisa se apropriar de informações em relação, principalmente, ao monitoramento. Tenho certeza que aqui é o início de um arranjo institucional que vai dar muitos frutos”, declarou o vice-governador.
Desde 1999, o Instituto Mamirauá atua no manejo participativo da pesca de pirarucus, entre outros programas de pesquisa e desenvolvimento social em 36 áreas protegidas da Amazônia. A medida ajudou a aumentar em, aproximadamente, 620% o estoque natural da espécie nas áreas da RDS Mamirauá, além de proporcionar o aumento na renda dos pescadores da região ao longo dos últimos 25 anos.
“É muito raro a gente ter este nível de gestão, como o vice-governador, tão próximo à ponta para reconhecer as atividades que Mamirauá realiza em campo. É a oportunidade de entregar sugestões para enfrentamento das condições adversas que a seca deve apresentar aqui no Amazonas. Nós sabemos que eventos extremos estão cada vez mais ocorrendo com maior frequência”, declarou o diretor-geral do instituto, João Valsecchi.
Ao vice-governador, o diretor-geral do Instituto Mamirauá também apresentou o projeto para o tratamento emergencial de água do rio que pode ser utilizado em comunidades afetadas pela estiagem.
Trata-se de um kit que trata até 6 mil litros de água e abastece uma família de cinco pessoas por até dois meses. A tecnologia social de baixo custo, que tem como base o hipoclorito de sódio, já ganhou adesão das prefeituras da região e deverá beneficiar 15 mil pessoas que vivem em áreas de conservação.
Atualmente, o Governo do Estado atua para prevenir doenças transmitidas pela água contaminada, na capital e no interior. Por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), um total de 3 milhões de frascos de hipoclorito de sódio estão sendo distribuídos para todas as 62 secretarias municipais de saúde do Amazonas.
Ouvindo a ciência
No primeiro semestre, o vice-governador Tadeu de Souza iniciou a busca por soluções científicas para orientar a tomada de decisões governamentais na estiagem e realizou as tratativas iniciais com outros órgãos federais, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Em julho, o governador Wilson Lima criou o Comitê Técnico-Científico para assessorar o Comitê de Enfrentamento à Estiagem. O trabalho do grupo é coordenado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) e agrega pesquisadores de órgãos do governo, universidades e instituições de pesquisas, que atuam na área de fenômenos climáticos.
*Com informações da assessoria
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