A empresa estatal chinesa China Nonferrous Trade (CNT) adquiriu, por US$ 340 milhões (aproximadamente R$ 2 bilhões), a maior reserva de urânio do Brasil, localizada no estado do Amazonas.
A CNT é uma subsidiária do governo chinês. A transação foi anunciada no dia 26 de novembro pela mineradora Taboca, responsável pela exploração da mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo, na região da hidrelétrica de Balbina, a 107 km de Manaus. A mina é considerada uma das mais promissoras do país.
O comunicado revela que, na data mencionada, a Taboca transferiu 100% de suas ações para a CNT. A Minsur S.A., empresa peruana controladora da Taboca, destacou que esta aquisição abre novas oportunidades de crescimento para a mineradora.
A venda, contudo, levanta preocupações sobre o controle de recursos estratégicos no Brasil. O senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou, em pronunciamento no Plenário, a liberdade concedida a empresas estrangeiras para explorar reservas minerais no país, enquanto restrições são impostas à exploração de recursos pelos brasileiros. Valério questionou o processo de aquisição, levantando suspeitas de favorecimento ao governo chinês.
A reserva de urânio de Pitinga é valiosa não só pelo urânio, mas também por conter minerais estratégicos como nióbio, tântalo, estanho e tório, essenciais para indústrias de alta tecnologia.
O nióbio, em particular, é crucial para a produção de ligas super-resistentes e na fabricação de componentes aeroespaciais, como turbinas, foguetes e satélites.
Em nota, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Energia, Mineração e Gás, informou que a operação de compra e venda das ações da Empresa Mineração Taboca pela empresa chinesa China Nonferrous Trade Co. Ltd, tratou-se de uma operação privada entre as partes envolvidas.
O Governo do Estado entende que todo investimento é positivo e importante para o crescimento econômico e desenvolvimento social do estado, sempre observando as condicionantes ambientais e cumprindo as legislações vigentes.
O governo reforça que está aberto e pretende manter o diálogo com o novo controlador da mineradora, com foco na preservação dos empregos já existentes e para que novos investimentos sejam realizados.
As atividades mineradoras no município de Presidente Figueiredo já existem desde 1969. Hoje, essa atividade gera cerca de 2 mil empregos diretos no município.
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