O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é um momento para destacar a presença feminina em diversas áreas, incluindo a arte amazonense. Do cinema à música, mulheres do estado vêm conquistando espaço e ampliando o legado cultural da região.
Isabela Catão e o protagonismo feminino no cinema
A conquista do primeiro Oscar do Brasil, no último domingo (2), reacendeu os olhares para o cinema nacional. A premiação de “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, marcou a história do país na Academia de Hollywood. No Amazonas, outra artista também viveu recentemente a expectativa por premiações internacionais: Isabela Catão.
A atriz, formada em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), integrou o elenco de “Motel Destino”, de Karim Aïnouz, filme que concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes 2024. Além disso, atuou em “O Último Azul”, longa gravado na Amazônia e vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim 2024.
“É muito importante que o cinema brasileiro esteja em destaque não só aqui no Brasil, mas fora também, ganhando espaço, fazendo com que outras pessoas conheçam não só o trabalho da direção, mas também o trabalho coletivo que é no cinema”, destaca Isabela Catão.
A atriz reforça que o mercado cinematográfico ainda impõe barreiras para mulheres, principalmente na negociação de cachê e na valorização do trabalho artístico feminino.

“Estamos em estado de vulnerabilidade, desde os processos criativos até a negociação de cachê. A equipe também precisa de você para que as coisas aconteçam. Você estudou, é uma profissão digna que merece respeito”, acrescenta.
Catão segue com novos projetos. No dia do Oscar, ela esteve no Teatro Amazonas para a estreia do filme “Flores Secas”, onde interpreta Morepe’i. Em breve, também poderá ser vista nas produções “3×4”, “Boiuna”, “Tu Foi Tu” e na série “Pssica”, que será lançada na Netflix.
A música como voz da cultura feminina
No cenário musical, Djuena Tikuna e Márcia Siqueira são dois exemplos da força da mulher amazonense. Ambas utilizam a arte para destacar as raízes culturais da região, cada uma com sua trajetória marcante.
Djuena Tikuna é um dos maiores nomes da música indígena no Brasil. Em 2017, tornou-se a primeira indígena a realizar um espetáculo musical no Teatro Amazonas. Para ela, o mercado cultural ainda reforça estereótipos sobre os povos originários.
“A indústria cultural se apropria de nossa imagem romantizada e ‘exótica’, subjugando nossas potencialidades. Minha arte existe para confrontar esse mercado machista e racista”, afirma.
Márcia Siqueira, por sua vez, pode fazer história no Festival de Parintins. O Boi Garantido, um dos principais símbolos da cultura amazonense, enfrenta mudanças no item 2 (levantador de toadas). Se confirmada no posto, ela poderá se tornar a primeira mulher a ocupar a posição.
O Dia da Mulher, mais do que uma celebração, evidencia os desafios e avanços das artistas amazonenses. Seja no cinema ou na música, elas seguem quebrando barreiras e reafirmando seu espaço na cultura local.
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