O começo da Liga das Nações de 2025 reacende o debate sobre o nível atual do voleibol brasileiro. Em julho, tanto o time masculino quanto o feminino mostraram força no torneio — ambas as seleções acumulam sete vitórias e apenas uma derrota, mantendo-se entre as favoritas para as fases decisivas. A consistência dos resultados reacende a esperança do torcedor, mas também levanta uma questão inevitável: ainda somos uma potência global ou já começamos a trilhar um caminho de oscilação?

Apesar do bom desempenho nas primeiras rodadas, as análises sobre o atual estágio do vôlei brasileiro não podem ignorar o histórico recente em grandes competições. Nas Olimpíadas de Paris 2024, por exemplo, a seleção feminina conquistou o bronze e o vôlei de praia trouxe medalha de ouro com Ana Patrícia e Duda. Em um cenário cada vez mais competitivo, ferramentas como o Código de indicação bet365 2025 ajudam a mapear favoritismos e percepções de força com base em dados de desempenho e histórico em torneios internacionais.

O desafio está em conciliar o legado de uma geração vitoriosa com o presente em constante construção. O Brasil, que já foi referência absoluta no esporte, busca hoje um novo ciclo de protagonismo em meio a uma renovação ainda em curso.

Liga das Nações 2025: sinais positivos, mas não conclusivos

Na atual edição da VNL, os resultados das duas seleções são animadores. O time masculino venceu adversários diretos como Polônia e Eslovênia e soma sete vitórias em oito jogos, com destaque para a evolução do sistema defensivo e o retorno da agressividade no saque. Já a equipe feminina, também com sete triunfos, tem se mostrado sólida, com uma base renovada e equilíbrio entre jogadoras experientes e talentos em ascensão.

Esses números sugerem que o Brasil ainda está entre os principais do mundo. No entanto, a regularidade nas fases classificatórias precisa ser acompanhada de resultados em fases eliminatórias e finais. O histórico recente da seleção feminina, por exemplo, inclui o vice-campeonato mundial de 2022 e o bronze em Paris, mas ainda falta a retomada de títulos. No masculino, os resultados são mais tímidos desde a última medalha olímpica em 2016.

A era dourada e o peso da comparação

Entre 2000 e 2012, o Brasil viveu o auge de sua hegemonia no vôlei. No masculino, comandados por Bernardinho, jogadores como Giba, Serginho, Ricardinho e Gustavo formaram uma das maiores gerações da história do esporte. Foram dois ouros olímpicos (2004 e 2016), três títulos mundiais (2002, 2006, 2010) e domínio absoluto na Liga Mundial. No feminino, sob o comando de José Roberto Guimarães, a equipe de Sheilla, Fofão, Fabiana e Thaísa conquistou dois ouros olímpicos consecutivos (2008 e 2012), além de títulos continentais e campanhas históricas.

O legado dessas gerações não se mede apenas em títulos, mas na identidade de jogo, na regularidade em finais e na capacidade de adaptação tática. O Brasil se impunha física, técnica e mentalmente sobre os rivais. A comparação com o presente é inevitável e, em certa medida, injusta — porém, serve como parâmetro para avaliar onde ainda há lacunas.

A atual geração ainda busca consolidar um estilo dominante. Há talento, há investimento e há uma boa estrutura, mas falta constância nos momentos decisivos e maior profundidade no banco de reservas. Além disso, o desafio é manter as categorias de base como celeiros de excelência, algo que, mesmo com esforços pontuais, ainda precisa de maior integração com os elencos principais.

Como reconstruir a hegemonia

Para voltar ao topo, o Brasil precisa ir além da boa participação. É preciso recuperar o protagonismo técnico e tático que marcou os tempos áureos. Um dos caminhos é fortalecer o intercâmbio internacional dos atletas, permitindo que joguem nas principais ligas do mundo. Outro ponto-chave está na comissão técnica: identificar líderes que consigam comandar e desenvolver uma filosofia moderna e adaptada ao vôlei atual.

Também é fundamental que a CBV mantenha uma linha de planejamento de longo prazo, com metas claras para os próximos ciclos olímpicos. A evolução não virá apenas com talento individual — será preciso construir times consistentes, com identidade, e que joguem com a mesma confiança dos grandes campeões do passado. Isso exige paciência, visão estratégica e renovação bem trabalhada.

Um novo ciclo em disputa

O voleibol brasileiro segue vivo no cenário internacional, mas precisa provar que ainda pode ser dominante. As boas campanhas na Liga das Nações 2025 são um passo positivo, assim como os pódios recentes em Paris e no Mundial feminino. No entanto, para que o país volte a ser temido como outrora, será preciso mais do que lampejos: será preciso reerguer uma cultura vencedora com base em continuidade, planejamento e excelência. As próximas fases da VNL e o ciclo rumo a Los Angeles 2028 serão decisivos. Resta saber se estamos vendo o início de uma nova era de ouro — ou apenas resistindo com brilho esporádico em um cenário cada vez mais equilibrado.