Nesta terça-feira (5), o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reuniu-se com altos funcionários de segurança para discutir os rumos da guerra na Faixa de Gaza. Segundo a imprensa local, ele defendeu que Israel assuma o controle total do território palestino, mesmo que isso represente risco à vida dos reféns mantidos pelo grupo Hamas.

Apesar da pressão internacional por um cessar-fogo, Netanyahu mantém sua posição firme. Além disso, nas últimas 24 horas, oito palestinos morreram de fome ou desnutrição, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

A situação segue devastadora. Por um lado, prédios em ruínas e escombros tomam conta da fronteira sul de Israel com Gaza. Por outro lado, ataques aéreos israelenses mataram 79 pessoas, conforme o Hamas. Enquanto isso, tanques avançam para o centro do território, aumentando a tensão.

Divergências internas e decisões à vista

O governo israelense atual é o mais conservador da história do país. Ele inclui políticos de extrema-direita que apoiam a anexação de Gaza e da Cisjordânia. Por isso, esses líderes incentivam ações para forçar a saída dos palestinos.

O gabinete confirmou uma “discussão de segurança” de três horas. Durante essa reunião, o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, apresentou opções para a continuação da campanha militar.

Além disso, fontes dizem que os ministros da Defesa, Israel Katz, e de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, também participaram da reunião. Eles devem se reunir novamente na quinta-feira (7) para decidir sobre a ocupação total de Gaza.

Segundo o Canal 12 de Israel, Netanyahu considera reverter a estratégia de 2005, quando o país se retirou de Gaza, mantendo só o controle das fronteiras. Entretanto, ainda não está claro se o plano prevê uma ocupação prolongada ou uma operação rápida para eliminar o Hamas e resgatar os reféns.

“Ainda é necessário completar a derrota do inimigo em Gaza, libertar nossos reféns e garantir que Gaza nunca mais constitua uma ameaça a Israel”, afirmou Netanyahu em discurso a novos recrutas.

Por outro lado, parte do governo e do Exército se opõe à estratégia. O motivo é o risco aos reféns. De acordo com a emissora Kan, o plano gera controvérsias entre as autoridades militares. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, usou redes sociais para pressionar o chefe militar Eyal Zamir a seguir as diretrizes do governo. Por sua vez, o gabinete assegurou que o Exército está pronto para executar qualquer decisão.

Comoção internacional e temores locais

No sábado (2), o Hamas divulgou um vídeo do israelense sequestrado Evyatar David. Nas imagens, ele aparece magro e diz que não come há dias enquanto cava sua própria cova. O vídeo causou comoção em Israel e condenações internacionais.

As autoridades acreditam que, dos cerca de 50 reféns em Gaza, apenas 20 ainda estariam vivos. Enquanto isso, palestinos que vivem na última área não ocupada temem o avanço das tropas israelenses.

“Se os tanques avançarem, para onde iríamos, para o mar? Isso seria como uma sentença de morte para toda a população”, disse Abu Jehad, comerciante de madeira.

*Com informações da Folha de São Paulo

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