O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado (16) que não haverá retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Ele destacou que a guerra contra o Hamas só terminará com a derrota total do grupo e condicionou qualquer acordo de cessar-fogo à manutenção do controle israelense sobre o território.
“Nosso controle contínuo sobre Gaza é uma das condições para o fim da guerra, e o Hamas se recusa a aceitá-la”, disse Netanyahu em pronunciamento. “Queremos garantir a desmilitarização da Faixa ao longo do tempo, com medidas contínuas contra qualquer tentativa de rearmamento.”
Exército anuncia novas movimentações
De acordo com o porta-voz militar, o Exército de Israel prepara a realocação de moradores de Gaza para áreas consideradas “seguras”, principalmente no sul, enquanto intensifica os ataques contra a Cidade de Gaza, apontada como último reduto do Hamas.
Trump defende diálogo direto com Moscou sobre Ucrânia
Paralelamente, após cúpula realizada no Alasca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um discurso alinhado à estratégia de Vladimir Putin, defendendo uma rota direta para a paz com Moscou. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, rejeitou a possibilidade de ceder territórios.
Conflito já deixou mais de 60 mil mortos em Gaza
A declaração de Netanyahu ocorre em meio à pressão internacional por um cessar-fogo. O conflito já deixou mais de 60 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais. Em Israel, a guerra teve início em 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas que matou mais de 1.200 pessoas e resultou na captura de 251 reféns.
Netanyahu critica apelos por cessar-fogo imediato
Netanyahu rejeitou as pressões por um cessar-fogo antes da rendição do Hamas. Segundo ele, essa medida apenas fortaleceria o grupo e adiaria a libertação dos reféns.
Ele afirmou que uma retirada completa permitiria que o Hamas se rearmasse e voltasse a atacar cidades próximas à fronteira, como Nir Oz, Kissufim e Sderot.
“Quem pede o fim da guerra sem que o Hamas se renda está garantindo que os horrores de 7 de outubro se repitam. Isso nos condenaria a uma guerra sem fim”, declarou.
Atualmente, o governo estima que 50 reféns ainda estejam em poder do Hamas, sendo que apenas 20 deles estariam vivos.
“Unidade nacional” e manifestações em Israel
Apesar da recusa a um cessar-fogo imediato, Netanyahu sinalizou abertura para negociações sobre a libertação dos reféns, desde que acompanhadas da derrota militar do Hamas.
“Para libertar os reféns e garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça a Israel, precisamos derrotar o Hamas”, afirmou. “Juntos, completaremos a vitória e colocaremos fim à guerra.”
Enquanto isso, manifestações em diversas cidades de Israel cobram um acordo imediato. Estão previstos bloqueios de estradas, marchas, comboios e greves com adesão de municípios, empresas, universidades e companhias de tecnologia.
(*) Com informações da InfoMoney
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