O casal Joyce e Bruno Freitas esteve presente na Câmara Municipal de Manaus (CMM) na quarta-feira (3). Eles são pais de Benício Xavier de Freitas, de seis anos, que morreu após receber uma dose incorreta de adrenalina durante atendimento em um hospital particular entre os dias 23 e 24 de novembro.

O casal pediu espaço na tribuna para relatar a dor da perda e cobrar ações que impeçam que outras famílias vivam a mesma tragédia. Emocionados, eles narraram o que ocorreu com o filho e reforçaram a necessidade de mudanças urgentes nos protocolos de atendimento.

“Nenhuma mãe leva seu filho ao hospital para morrer; nenhum pai entrega seu filho a profissionais esperando que ele volte morto. Senhores vereadores, por favor, criem mecanismos, aperfeiçoem protocolos, organizem sistemas. O que nós queremos é o que qualquer mãe e pai desejaria: garantir que nenhuma criança seja vítima de um erro tão básico, tão evitável e tão devastador”, disse Bruno Freitas.

O caso

Benício deu entrada no Hospital Santa Júlia no dia 22 de novembro com tosse seca e suspeita de laringite, após episódios de febre. Segundo a família, ele foi atendido por uma médica que prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa — 3 ml a cada 30 minutos. A aplicação ficou sob responsabilidade de uma técnica de enfermagem.

Pouco depois do início das aplicações, Benício apresentou piora repentina: ficou pálido, com extremidades arroxeadas, e teve queda brusca na saturação de oxigênio para cerca de 75%. Ele foi levado às pressas para a sala vermelha e, por volta das 23h, acabou sendo entubado na UTI.

De acordo com o pai, o procedimento desencadeou seis paradas cardíacas consecutivas. Apesar das tentativas de reanimação, Benício não resistiu. Ele morreu às 2h55 do dia 23 de novembro.

A família agora busca justiça e quer garantir que o caso gere mudanças reais nos protocolos de atendimento para evitar novas mortes por erros considerados evitáveis.

(*) Com informações da assessoria

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