Uma pesquisa do Ibope encomendada pela Prudential do Brasil, divulgada pelo SEGS e reforçada pelos dados da Fenaprev/Datafolha 2024, mostra que apenas 15% dos brasileiros possuem seguro de vida. O número revela um mercado ainda pouco explorado e um desconhecimento generalizado sobre a função real desse tipo de proteção.

Para o especialista em seguros Gustavo Queiroga, o problema não é falta de necessidade, mas falta de cultura e compreensão. Segundo ele, o seguro de vida ocupa uma função completamente distinta de planos de saúde, previdência ou investimentos, e é justamente por isso que deve caminhar ao lado dessas ferramentas. “O investimento tem a função de alavancar patrimônio. A previdência garante uma renda futura. O plano de saúde custeia despesas hospitalares, que são altíssimas. Já o seguro de vida protege patrimônio, garante liquidez e protege a renda”, explica.

Gustavo destaca que a previdência é um produto de acúmulo e depende da continuidade dos aportes mensais. Qualquer imprevisto que impeça essa continuidade afeta diretamente o resultado final. “O seguro entra como garantidor financeiro e protetor de projetos futuros. Ele tem liquidez praticamente imediata e caráter social, mantendo o padrão de vida de alguém ou de sua família por um período determinado”.

O especialista reforça a importância do seguro de vida em situações reais, como doenças graves ou incapacidade temporária. “Imagine uma família com financiamento da casa própria e o provedor do lar se torna incapaz de produzir por um ano. A renda cai, o risco de inadimplência cresce, os juros aumentam e até um leilão pode ocorrer. Se existe um Seguro Inteligente dentro dessa dinâmica, o valor aportado garante o custeio das despesas essenciais”.

Para Queiroga, compreender os limites do plano de saúde é fundamental para entender onde o seguro atua. “O plano de saúde tem a função de custear despesas hospitalares dentro do que está previsto no contrato. Já o seguro de vida injeta valor diretamente na rotina do segurado. Isso cobre medicamentos, tratamentos auxiliares e, dependendo da cobertura, dá ao segurado a opção de buscar tratamento em outro local ou com profissionais fora da rede. São funções completamente diferentes”, destaca.

O especialista também explica como o seguro mantém a estabilidade financeira em momentos críticos. “Existem coberturas que garantem renda diária de internação, calculadas com base no padrão de vida do segurado. Outras aportam valores elevados em casos de invalidez permanente, permitindo transformar esse capital em renda mensal para o resto da vida”

De acordo com Gustavo, não se trata de erro quando alguém prioriza investimentos ou previdência antes do seguro, trata-se de falta de cultura financeira. “Quem faz aplicação financeira ou previdência privada deve continuar fazendo. Mas precisa entender que o seguro nunca vai concorrer com esses produtos, porque as funções são totalmente diferentes. Investimentos e previdência dependem de aportes contínuos e têm tributação. O seguro, por sua vez, garante a indenização total mesmo que o segurado tenha pago apenas uma parcela, e não sofre tributação por ser um benefício social”, pontua.

Ele afirma ainda que o seguro evita que patrimônio familiar seja corroído em situações de emergência. “Quando o seguro injeta capital segurado em uma família ou empresa, ele garante liquidez para custear processos como inventário, honorários advocatícios e taxas cartorárias. Esse valor chega muito mais rápido e impede que bens sejam vendidos às pressas.”

Na visão de Gustavo, um bom consultor é essencial para traduzir todas essas funções. “O papel do consultor é apoiar o cliente para que ele tenha todas as soluções necessárias e entenda como cada uma funciona. Existe uma recorrência grande de profissionais que, para vender o próprio produto, acabam detratando outros. Isso é um erro grave. Todos são complementares no círculo de proteção.”

Quanto a um suposto “momento ideal” para contratar seguro, o especialista ressalta que não existe regra fixa. “Cada caso é um caso. Depende da realidade financeira, das responsabilidades familiares, dos projetos e do padrão de vida que se deseja proteger”.

Gustavo Queiroga acrescenta uma reflexão final sobre a importância de compreender o seguro, além da ideia de “proteção para mortes”. “Implante dentário não é apenas parafusar um dente, e seguro de vida não é apenas indenizar uma família. São ferramentas que protegem saúde, renda, patrimônio e projetos. O cliente precisa escolher um profissional qualificado, entender como funciona e enxergar o seguro como investimento em tranquilidade e continuidade”, conclui.

(*) Com informações da assessoria