O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a prisão na manhã desta quarta-feira (24), por volta das 9h29, e seguiu para internação no Hospital DF Star, em Brasília (DF), onde chegou às 9h33. Ele estava detido na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro e saiu do local pela primeira vez desde então.

Logo após deixar a PF, Bolsonaro seguiu escoltado por um comboio da Polícia Federal, com apoio de batedores da Polícia Militar e da Polícia Penal. Em seguida, entrou no hospital pela garagem. O DF Star fica a cerca de 1,5 km da sede da PF.

Durante a internação, dois policiais federais farão a vigilância na porta do quarto, enquanto seguranças reforçarão o controle na entrada do hospital.

Internação e cirurgia

Bolsonaro permanecerá internado durante a véspera de Natal para se preparar para uma cirurgia de correção de duas hérnias inguinais, marcada para esta quinta-feira (25). Até o momento, não há previsão de alta médica.

Além disso, a Justiça determinou restrições durante a internação. O ex-presidente não poderá usar computadores, celulares ou outros dispositivos eletrônicos, com exceção de equipamentos médicos. A esposa, Michelle Bolsonaro, está autorizada a acompanhá-lo durante todo o período. Já outras visitas dependerão de autorização judicial.

Após a recuperação, Bolsonaro deverá retornar à prisão na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Autorização judicial

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a cirurgia. Ele é o relator dos processos ligados à chamada trama golpista.

Antes da decisão, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou de forma favorável. Além disso, um laudo da Polícia Federal confirmou a existência das hérnias.

A decisão também definiu que a Polícia Federal ficará responsável pelo transporte e pela segurança do ex-presidente. A PF garantirá vigilância 24 horas, com agentes no quarto e equipes internas e externas, conforme a necessidade.

Histórico do pedido

Em 14 de dezembro, Bolsonaro realizou exames de ultrassonografia que identificaram duas hérnias inguinais. Diante do resultado, os médicos recomendaram cirurgia como tratamento definitivo.

No dia seguinte, a defesa solicitou autorização ao ministro Alexandre de Moraes. Em resposta, o magistrado determinou uma perícia da Polícia Federal, realizada em 17 de dezembro. Após analisar os laudos, Moraes autorizou o procedimento em 19 de dezembro.

Segundo a PF, embora a cirurgia não tenha caráter emergencial, os médicos indicaram a realização o quanto antes devido ao risco de complicações.

Contexto da prisão

Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, após destruir a tornozeleira eletrônica que utilizava. Três dias depois, em 25 de novembro, ele começou a cumprir pena de 27 anos e 3 meses relacionada à trama golpista.

(*) Com informações do Metrópoles

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