O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, disse nesta quinta-feira (6) que o teste de integridade das urnas eletrônicas feito no dia do primeiro turno não encontrou divergências e confirmou a lisura das eleições.
Moraes afirmou ainda que a análise com o uso da biometria de eleitores reais para ativar a urna também deu certo.
“Não houve nenhuma divergência, 100% de aprovação no teste de integridade com biometria”, disse.
De forma geral, esse teste compara o resultado da mesma eleição simulada em cédulas de papel e na urna eletrônica. A ideia é mostrar que o aparelho computa corretamente os votos.
Neste ano, o TSE contrariou técnicos da corte e alterou a análise de 58 das 641 urnas auditadas para agradar os militares. Esse grupo de urnas foi acionado durante o teste com a biometria de eleitores reais.
Os eleitores não votaram pela segunda vez. Apenas ativaram a urna auditada com a própria biometria.
A urna foi testada com a biometria em 19 estados e no Distrito Federal. Ao todo, 493 eleitores voluntários emprestaram seus dados para ativar o equipamento auditado.
O uso do dado dos eleitores reais foi um pedido das Forças Armadas sob argumento de que o teste de integridade deve ser o mais parecido possível de uma eleição normal. Além disso, a tese dos militares é de que um código malicioso inserido na urna poderia fraudar a auditoria dos equipamentos que não fossem ativados com a biometria.
O teste de integridade tradicional, feito sem a biometria, ocorre em locais indicados pelos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais).
Já o modelo sugerido pelos militares teve de ser feito nos locais de votação. Técnicos do TSE eram contrários à mudança na auditoria às vésperas do pleito, por receio de tumulto no dia da votação.
As Forças Armadas acompanharam parte desses testes, mas ainda não divulgaram um parecer.
Moraes disse que o relatório sobre o teste de integridade será divulgado nesta quinta-feira (6). Ele anunciou o resultado durante a sessão do TSE.
“Como só poderia acontecer, todas as urnas eletrônicas conferiram os votos dados na urna com os votos dados no papel”, afirmou.
O teste de integridade é feito desde 2002. “São 20 anos de absoluta lisura das urnas eletrônicas com comprovação imediata pelo teste de integridade”, disse Moraes.
O presidente do TSE ainda não confirmou que o teste com biometria será repetido nas próximas eleições.
Moraes assumiu o comando da corte eleitoral em agosto e tomou uma série de medidas para tentar evitar tumultos no dia da eleição, como proibir a circulação de armas perto das seções eleitorais e reforçar o veto a celulares nas cabines de votação.
Em paralelo, o ministro reabriu o diálogo com as Forças Armadas e, em reuniões a portas fechadas, decidiu alterar parte do teste de integridade feito no dia das eleições.
Apesar das medidas tomadas, Bolsonaro questionou na quarta (5), sem provas, a apuração do primeiro turno.
O mandatário comparou a apuração do último domingo (2) com a das eleições de 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff (PT) se reelegeu por uma pequena margem de votos. Bolsonaro afirma que o atual deputado Aécio Neves (PSDB-MG) venceu o pleito, tese já rechaçada pelo próprio tucano.
*Com informações da Folha
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