Brasília (DF) – Integrantes de ministérios públicos (MPs) se reuniram com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (8), para tratar das investigações realizadas nos estados sobre protestos que fecharam rodovias brasileiras após o resultado das eleições, em 30 de outubro; os manifestantes permanecem em quartéis generais das Forças Armadas.
Os magistrados chamaram os movimentos de “organização criminosa que atenta contra a democracia”, e ainda disseram ter identificado ligação entre financiadores por todo o país.
Os procuradores-gerais de Justiça dos MPs de São Paulo, Mario Sarrubo; de Santa Catarina, Fernando Comin; e do Espírito Santo, Luciana Andrade, entregaram a Moraes informações coletadas sobre os protestos. Eles apontaram que, nos três estados, existem empresários por trás do financiamento das manifestações.
Segundo os MPs, os donos de empresas, cujos nomes ainda não foram revelados para não atrapalhar as investigações, estruturam os movimentos com barracas, banheiros químicos, alimentação, entre outros.
“Viemos ao TSE para cruzar informações. Nossa maior preocupação, agora, é o fluxo financeiro que proporciona bloqueios de estradas, avenidas e agora faz com que pessoas possam permanecer em determinados locais de nossas cidades. Vamos continuar o trabalho de identificação desses financiadores. Empresários que financiam movimentos golpistas estão sendo investigados”,
afirmou o procurador-geral de Justiça do MPSP, Mario Sarrubo.
Transações bancárias
Os MPs já identificaram um grande fluxo de transações financeiras (a exemplo de aluguéis de banheiros, que são rastreáveis), transferências por Pix e organizações para manutenção dos movimentos. Esse contexto sugere que as atuações são interestaduais e organizadas.
“Há um fluxo financeiro importante que precisa ser identificado. Os movimentos são interestaduais, muito parecidos em todo o Brasil. Os bloqueios nas estradas, uma vez desfeitos, iam para outros trechos. Há algo em nível nacional, e os MPs vão trabalhar, junto ao TSE, para que o Brasil prossiga sem golpe ou qualquer movimento que atente contra a democracia”,
completou Sarrubo, que atuou como porta-voz dos procuradores em entrevista coletiva à imprensa, na sede do TSE, nesta terça-feira (8).
“Golpe”
O procurador ainda completou dizendo que não se pode aceitar um “golpe militar”. “Somos todos favoráveis a manifestações, mas o que não podemos permitir é alguém pedir golpe de Estado, intervenção militar, volta do AI-5, ou mesmo pedir que as eleições não sejam validadas. Isso não é possível num Estado Democrático de Direito”, completou.
*Com informações do Metrópoles
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