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Saúde da Mulher

Uso incorreto da pílula do dia seguinte pode trazer danos à saúde

Pesquisa recente aponta que adolescentes estão abusando do uso desse medicamento

No Brasil, o uso indiscriminado de medicamentos e o hábito da automedicação são grandes problemas de saúde pública. No caso da pílula do dia seguinte o dano é ainda maior. Pesquisa recente apontou que as adolescentes estão abusando do uso desse medicamento, no entanto os médicos alertam que este contraceptivo é para uso apenas em situações de emergência, como casos em que o método de uso regular foi esquecido, como uma ou duas pílulas, rompimento de preservativo ou violência sexual.

A pílula de emergência pode ainda trazer muitos efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e desregulação das menstruações. 

De acordo com a médica Amanda Santos Cerávolo, a pílula do dia seguinte não deve ser usada de forma corriqueira. “Ao tomar a pílula do dia seguinte, o corpo recebe uma alta carga de hormônios, algo em torno de 6 a 20 vezes mais que o contraceptivo comum e isso provoca muitos efeitos no organismo feminino, o que causa muitos riscos”.

A especialista explica ainda que a forma de ação da pílula de emergência depende do momento do ciclo que ela foi utilizada, se antes ou após a ovulação. A taxa de falha do método, quando usado isolado como contraceptivo é alta, cerca de 3,2%, se comparado à taxa de falha dos métodos contraceptivos de uso regular como as pílulas orais hormonais, injetáveis hormonais e os métodos de longa duração LARCS, ou seja, o DIU de Cobre e o SIU de progesterona, cujas falhas são estabelecidas pelo índice de Pearl, variando entre 0,2 a 0,6 falhas em 100 mulheres durante um ano de uso correto do método contraceptivo regular.

A taxa de falha da pílula de emergência ainda aumenta com o tempo decorrido entre a relação sexual desprotegida e a tomada da medicação, sendo indicada a ingestão o mais rápido possível após a relação, não ultrapassando 72 horas, onde a efetividade tende a cair mais.

Como funciona a pílula do dia seguinte?

Estão disponíveis no mercado dois principais tipos dessa pílula de uso emergencial: o primeiro são dois comprimidos que precisam ser tomados com 12 horas de intervalo. O segundo é uma única dose, este considerado mais efetivo e com menos efeitos colaterais.

Se a mulher ainda não ovulou, a pílula inibe ou retarda a ovulação. Se a ovulação já ocorreu, ela age alterando o transporte dos espermatozoides e do óvulo pela trompa, ainda modifica o muco cervical, tornando-o mais espesso e hostil, dificultando a ascensão e migração espermática e interfere na ativação dos espermatozoides.

Importante ressaltar novamente a gravidade do uso indiscriminado e repetido desse contraceptivo e do perigo das doenças sexualmente transmissíveis sem o uso de camisinha por exemplo e para o altíssimo risco de uma gravidez indesejada e sem o uso de contraceptivos corretos.

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