Maria canta em seu hino: “dispersou os de soberbos de coração” (Lc 1,53). Fala da soberba que atingiu o âmago mais profundo do homem. São aqueles que, mais do que das coisas desse mundo, estão cheios de si mesmos, mas vazios de Deus e dos irmãos e irmãs.
São os que se consideram a si mesmos como sábios e entendidos (cf. Mt 11,25), mas na verdade, são os mais miseráveis dos homens porque em seus corações se encontram suas próprias vaidades e, por isso, condenados eternamente à infelicidade do vazio, da ausência do encontro no Amor.
Maria enaltecendo a Deus: “Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes” (Lc 1,52). Deus dispersou os soberbos, agora destitui de seus tronos os poderosos desse mundo. Como os vazios de Deus e de seus semelhantes, assim os poderosos não têm autoridade sobre os outros, senão a da força, da violência, da coerção. Deus não derruba logo esses poderosos. Ele é paciente e misericordioso.
Não deseja jamais que alguém se perca. Permite, por isso, que eles mesmos vão cavando o vazio de suas covas. Quem sabe, um dia, como aconteceu com muitos santos, através do contato com os pobres, que eles maltratam e perseguem, descubram neles o Cristo e seu Corpo, a Igreja, e se convertam. Deus não irá acabar com os tronos, mas irá derrubar deles os poderosos.
Aqueles que se instalaram no poder em benefício próprio, esquecendo-se do bem comum. Não deixará os humildes na humildade, mas que irá elevá-los. Deus não veio destruir a ordem humana, mas temperá-la com a sua sabedoria e fortalecê-la com o vigor do amor e de sua misericórdia.
Na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, ressoe o cântico de louvor e admiração a Deus que é a guarida e proteção, verdadeira casa de nossa humanidade:
“A nossa alma engrandece, louva, bendiz ao Senhor, e nosso espírito se alegra e rejubila em Deus, nosso Salvador, protetor e redentor, porque ele benevolamente volveu seus olhos sobre a humildade e pequenez de suas servas e seus servos. Todas as gerações, povos e nações, proclamarão que são felizes e ditosos, porque o Onipotente e misericordioso realizou obras grandiosas e ditosas.
Santo é o seu nome e sua misericórdia bendita. A sua bondade e cuidado pairam sobre os tementes e crentes em todas as gerações e de geração em geração. A força e vigor de seu braço enfraquece e dispersa os que vivem da soberba e com o coração endurecido. Ele eleva e dignifica os pobres, os órfãos, os humildes e descartados.
Aos famintos e sedentos acolhe, sacia e dessedenta, e dispersa os que vivem de mão vazias para si e de si mesmos. Acolhe Israel, servos e servas de um povo escolhido e eleito, lembrando-se de seu amor misericordioso, como no seu devotamento a nossos pais em favor de Abraão, Isaac, Jacó, José e Maria, de sua descendência de geração em geração, em todos os tempos e séculos sem fim (cf. Lc 1,39-56).
Com Maria, diante de Deus: humildade, generosidade, justiça, fraternidade, urbanidade, equidade, ética, respeito!
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