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Preocupação

Forte estiagem reduz em 90% o nível do rio Amazonas

Alimentação e navegabilidade das comunidades indígenas está em risco

Foto: Reuters/Suamy Beydoun/

O governo colombiano anunciou que o nível do rio Amazonas desceu 90% desde Junho devido à seca.

“O nível da água diminuiu 80% a 90% nos últimos três meses, devido à seca provocada pelas alterações climáticas no país”, afirmou a Unidade Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (UNGRD) colombiana, na quinta-feira (26).

A bacia do Amazonas abrange nove países da América do Sul: Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Imagens captadas nos últimos dias pela agência de notícias France-Presse na capital regional, Letícia, mostram muitos pequenos barcos encalhados e grandes ilhas de terra e relva expostas pelo baixo nível da água.

A cidade de Letícia, na região da tríplice fronteira entre Colômbia, Brasil e Peru, é de fundamental importância para o comércio local, graças ao rio Amazonas. Situada no extremo sudeste da Colômbia, a capital regional está totalmente rodeada por florestas, sem estradas que a liguem ao resto do país. Os habitantes locais dizem que esta é a pior seca de que se recordam no passado meio século.

A América do Sul atravessa uma seca prolongada associada ao fenômeno climático El Niño, que levou ao racionamento de água e eletricidade, bem como a incêndios florestais sem precedentes em vários países. A capital colombiana, Bogotá, está sujeita a racionamento de água devido ao baixo nível de reservas nas montanhas circundantes.

Há atualmente incêndios ativos na Colômbia, Peru, Equador, Brasil e Bolívia. No caso do Brasil, a seca extrema, a pior no país desde 1950, permitiu que as chamas se propagassem rapidamente, entre Junho e Agosto, nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul. Nos três últimos está o Pantanal, a maior zona húmida do planeta, que o Brasil divide com a Bolívia e o Paraguai.

Os incêndios causaram perdas quantificadas pela associação empresarial do setor agropecuário brasileiro em 14,8 mil milhões de reais (2,4 mil milhões de euros), segundo as estimativas divulgadas na quinta-feira.

A informação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil detalha que 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais foram afetadas pelas chamas neste período, considerando apenas as atividades do gado vacum e da cana-de-açúcar. O Governo brasileiro disse suspeitar que a grande maioria dos incêndios é provocada por ação humana, com a ministra do Ambiente, Marina Silva, a falar em “terrorismo climático”. O Governo recorreu a três ramos das forças armadas – Exército, Marinha e Força Aérea – para combater os incêndios florestais na Amazônia.

*Com informações do Público

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