Um traficante matou Sther Barroso dos Santos, de 23 anos, depois que ela se negou a sair com ele de um baile funk na comunidade da Coreia, em Senador Camará, Zona Oeste do Rio. Segundo a família, criminosos espancaram a jovem até a morte horas após a festa. O corpo, entregue “desfigurado”, foi deixado na porta da casa da mãe dela.

A irmã da vítima, Stefany, lamentou a morte em várias postagens nas redes sociais. Ela disse que a família recebeu o corpo em condições que não permitiram o velório aberto.

“Estou sem chão, sem estrutura. Quem nos conhece sabe o quanto somos unidas, leais, uma pela outra. Sinto uma impotência enorme por não ter tido tempo de salvar a minha irmã”, escreveu.

A família vai enterrar Sther nesta quarta-feira (20), no cemitério de Ricardo de Albuquerque.

A polícia aponta Bruno da Silva Loureiro, conhecido como Coronel, como autor do crime. Ele é chefe do tráfico no Muquiço, em Guadalupe — área dominada pela mesma facção criminosa que controla a comunidade da Coreia, o Terceiro Comando Puro (TCP). Antes de se mudar para a Vila Aliança, Sther e a família moraram no Muquiço.

Stefany também comentou o vídeo que mostra a irmã dançando no baile, poucas horas antes da morte.

“Você não só acabou com a vida da minha irmã, mas também com a da minha família. Olha a felicidade dela. Covarde desgraçado”, escreveu nas redes sociais.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga se o chefe do tráfico ordenou a execução porque Sther se negou a sair com ele da festa.

Sonhos interrompidos

Amigos e parentes usaram as redes sociais para lamentar a morte e compartilharam as anotações de Sther com as metas para 2024, que ela acreditava ser o melhor ano da sua vida.

Entre os planos estavam terminar a escola, fazer três cursos, ter um cachorrinho, focar na academia e agradecer a Deus todos os dias.

“Ela tinha tantos sonhos… Queria estudar, trabalhar, mudar de vida. Isso foi arrancado dela de uma maneira cruel”, disse uma amiga próxima.

De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), 49 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado do Rio de Janeiro apenas no primeiro semestre deste ano.

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