Com a Amazônia tomada pelo crime organizado e castigada pelo desmatamento, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro não terá como fugir do caso do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips, no Vale do Javari, no seu encontro de hoje com o presidente norte-americano Joe Biden na Cúpula das Américas, na Califórnia.
Segundo analistas, a pauta, além de questões como democracia e crise climática, deverá focar a pouca atenção do Palácio do Planalto ao caso que alcançou grande repercussão na mídia estrangeira.
O inglês The Guardian, por exemplo, não descarta a suspeita de Bruno e Philips terem sido assassinados por agentes do crime que traficam drogas e abusam da exploração madeireira ilegal e de outros ilícitos na chamada tríplice fronteira.
Jaiza Fraxe aperta
Ontem, a juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, da Justiça Federal do Amazonas, exigiu que o Governo Federal use todo o aparato possível, inclusive helicópteros, para intensificar as buscas acerca de Bruno e Philips no Vale do Javari.
“Ficam o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União autorizados a requisitar diretamente das instituições referidas, todas com expertise na região Amazônica, Polícia Federal, Comando Militar da Amazônia e Força Nacional de Segurança, as providências urgentes e necessárias ao cumprimento da presente decisão”, determinou Jaiza.
Drones de Bruno
Antes de desaparecer nas matas de Atalaia do Norte, no Alto Solimões, o indigenista e servidor da Funai Bruno Pereira treinava os indígenas da Terra Indígena Vale do Javari com drones para o monitoramento da região.
O uso de tecnologia daria eficiência ao trabalho de monitoramento remoto das atividades criminosas em Atalaia, combatendo garimpeiros, madeireiros e narcotraficantes.
A terra indígena do Javari possui uma população estimada de 6,3 mil indígenas. Dos 26 grupos diferentes, 19 são povos isolados.
Fora do cargo
Em 2019, Bruno Pereira exercia o cargo de coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados, na Funai, quando comandou uma operação que resultou na expulsão de centenas de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A operação custou-lhe o cargo.
Ao mudar-se para Tabatinga, o indigenista encontrou um clima hostil devido o assassinato de Maxciel Pereira dos Santos, morto a tiros por combater caçadores, pescadores garimpeiros e madeireiros ilegais.
Perdas de R$ 100 bilhões
O Estado de São Paulo perderá em torno de R$ 14 bilhões e o Amazonas terá que arcar com a perda de R$ 1,2 bilhão em receita se o Senado avalizar o pacote federal sobre a redução dos preços dos combustíveis.
Na contramão do que afirma o Ministério da Economia, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) sustenta que a compensação oferecida pelo Palácio do Planalto não atende as demandas de estados e municípios. O total de perdas é estimado em R$ 100 bilhões.
A CNM alega que as prefeituras, por exemplo, poderão perder o total de R$ 27 bilhões em receitas.
Compensação rápida
Na terça-feira (08), um grupo de governadores propôs que seja encontrado um mecanismo que garanta a compensação rápida dos estados que perderem arrecadação.
A proposta foi feita durante reunião dos governadores com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o relator do projeto que limita em 17% o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte público, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Os governadores querem também uma modulação para as áreas de telecomunicações e energia, permitindo que esse teto seja escalonado até 2024.
PL eleitoreiro
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) classificou de “eleitoreiro” o projeto de lei do Governo Federal que estabelece em 17% a alíquota do ICMS para combustíveis.
“A Sefaz diz que o Amazonas perde R$ 1,2 bilhão porque a alíquota, que é de 25%, cai para 17%. Mas o governo Bolsonaro diz que se o estado zerar de 17% para 0%, será ressarcido, mas para isso ele vai torrar o arrecadado na venda da Eletrobras que ainda nem aconteceu”, protesta o líder socialista.
Presidente vem aí
De acordo com o pré-candidato ao Senado, coronel Alfredo Menezes (PL), o presidente Jair Bolsonaro visitará novamente o Amazonas no próximo dia 18. A visita foi confirmada pelo Palácio do Planalto.
O que não tem confirmação é o conteúdo da agenda que a população amazonense espera inclua temas sérios como a intocabilidade da política de incentivos fiscais do modelo Zona Franca de Manaus.
Alerta de trotes
A Prefeitura de Manaus alerta a população para que não faça trotes ou ligações indevidas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu 192.
Os pedidos falsos de socorro comprometem o fluxo de atendimentos e podem prejudicar quem realmente precisa de assistência.
Neste ano, de janeiro a abril, 9.708 trotes foram registrados no serviço, gerenciado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
Leitos de UTI
O governador Wilson Lima anunciou a instalação de 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Regional de Humaitá. Será o quarto município do interior a contar com o serviço de alta complexidade, implantado pelo Governo do Estado.
Em Humaitá, o investimento nas obras de adequação hospitalar para receber as UTIs é da ordem de R$ 1,1 milhão.
67 mi ao Madeira
Com os cofres cheios, Wilson Lima vai investir R$ 67,8 milhões em projetos de infraestrutura em Apuí e Humaitá.
Na terça-feira passada, a Câmara Municipal de Apuí homenageou o governador com o título de cidadão apuiense. A solenidade teve a presença dos deputados estaduais Joana Darc, Saullo Vianna, Doutor Gomes e Cabo Maciel.
Farra suspensa
Com a caneta afiada, o conselheiro do TCE-AM, Ari Moutinho Júnior, suspendeu, ontem, os shows dos cantores Vitor Fernandes e Tarcísio do Acordeon no município de Borba.
Os eventos aconteceriam na festa de Santo Antônio de Borba, no próximo dia 12 de junho.
Avaliada em R$ 391 mil, a farra com os artistas foi contratada pela empresa J O Santos Publicidade e Eventos (Show Mix Entretenimento), com o aval da Prefeitura de Borba.
Passagens salgadas
Apesar dos protestos de vereadores do município e da pressão da Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM), a Justiça de Parintins não se manifesta sobre a questão das passagens aéreas escorchantes cobradas pelas empresas Gol, Azul, Tam/Latam e Map/Voepas para quem quer assistir o Festival Folclórico de Parintins.
A grita é geral contra os bilhetes de passagens que estão cada vez mais salgados, custando pouco mais de R$ 6 mil (ida e volta) aos turistas. O festival acontecerá nos dias 24, 25 e 26.
DPE contra abusos
Internautas recomendam que a DPE aperte o cerco e penalize as empresas que persistem nos abusos, atentando contra o Código de Defesa do Consumidor.
A DPE estabeleceu o pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 2 milhões para cada companhia aérea, mas mesmo assim os abusos prosseguem.
Fome se alastra
Segundo números do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 33 milhões de pessoas sofrem fome no Brasil.
Em 1993, o exército de famintos somava 32 milhões, o que sensibilizou o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, a lançar a Ação da Cidadania Contra Fome, a Miséria e pela Vida.
Para o atual diretor-executivo da Ação da Cidadania, Kiko Afonso, a despeito de o problema ter se agravado, hoje parece não haver tantos brasileiros indignados com a insegurança alimentar.
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