Estudo realizado pelo Instituto Van Andel e Universidade Estadual de Michigan publicada no periódico Translational Psychiatry demonstrou que através de um exame de sangue é possível diagnosticar as pacientes com risco de depressão pós-parto. Um grande avanço da ciência e um alento ao crescente número de mulheres que sofrem com a doença.
Cercada de preconceitos, a depressão pós-parto é caracterizada como uma condição de profunda tristeza que pode trazer consequências graves à saúde, pois há comprometimento da relação entre a mãe e o bebê, o que pode culminar em diversas situações como abandono, tristeza intensa, desesperança, choro frequente e sentimento de desamparo.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), demonstram que só no Brasil são registrados mais de 2 milhões de casos/ano acometendo mulheres que acabaram de dar à luz. Indicando que o problema é mais comum do que aparenta.
De acordo com o estudo publicado, foram encontrados no sangue de mulheres grávidas 15 marcadores biológicos que podem prever em até 83% o risco de depressão durante a gestação ou no pós-parto. Um avanço, e deve impactar o acompanhamento pré-natal. A partir dos achados da pesquisa, será possível desenvolver um exame de sangue para acompanhar os níveis desses biomarcadores e identificar as pacientes com potencial de desenvolver a doença.
Apesar de ser tecnicamente possível, até então, ninguém tinha tentado relacionar a depressão aos marcadores específicos presentes no sangue de gestantes e puérperas. Esse é o ponto em que os cientistas partiram. Uma nova abordagem para um problema persistente e até corriqueiro. Com o resultado em mãos será possível iniciar tratamento precoce e acompanhar de forma mais ativa as gestantes predispostas.
Estudos demostraram que através de um exame de sangue, em breve será possível identificar potenciais pacientes com risco de desenvolver a depressão pós-parto. Um grande avanço na ciência e um conforto para as mulheres que durante anos tiveram que conviver com a desconfiança e o preconceito de uma doença de tamanho impacto. Com o tratamento adequado, mãe e bebê poderão ter qualidade de vida. Que continuemos evoluindo para proporcionar sempre, saúde e bem-estar a toda a população. É essa a ideia.
*Artigo de Opinião Swammy Mitozo
*Médico oftalmologista. Tem formação em Oftalmogeriatria, com especialização em Gerontologia e Saúde do Idoso. Atua como diretor clínico na Policlínica Codajás, é coordenador e pesquisador no ambulatório de oftalmologia na FUnATI (Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade ) e cursa mestrado em Doenças Tropicais e Infecciosas pela Fundação de Medicina Tropical (UEA/FMT – HVD)
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