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Decisão do STF

Direita no AM diverge sobre prisão preventiva de Roberto Jefferson

O líder do Movimento Conservador do Amazonas, Sérgio Kruke, defendeu que a prisão de Roberto Jefferson é ilegal

Manaus (AM) – A poucos dias das eleições, um dos principais apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) se encontra detido por protagonizar um grave episódio de violência. Roberto Jefferson (PSB) atirou contra policiais federais que cumpriam mandado de prisão contra o ex-deputado, e foi preso em flagrante neste domingo (23). Ao Em Tempo, parlamentares em sua maioria defenderam a decisão, no entanto, liderança de movimento conservador diverge.

Após atirar 50 vezes com fuzil e disparar duas granadas contra quatro agentes da Polícia Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, converteu, nesta quinta-feira (27), a prisão em flagrante de Roberto Jefferson para preventiva.

Ao Em Tempo, o candidato ao senado Coronel Menezes (PL) retratou a atitude de Roberto Jefferson como irresponsável e inconsequente.

“A minha opinião é simples, ele está lamentavelmente pagando um preço elevado pela sua irresponsabilidade e inconsequência. Cada um precisa responder pelos seus atos. Simples assim”,

pontuou Menezes.

Por outro lado, o líder do Movimento Conservador do Amazonas, Sérgio Kruke, defendeu que a prisão de Roberto Jefferson é ilegal, e declarou condenar truculências contra a polícia.

“A prisão do Roberto Jefferson é totalmente ilegal e vai contra a nossa constituição, mas infelizmente quem deveria protegê-la é o primeiro a defenestrar. Quanto ao episódio da prisão dele, só sabe quem vive na pele, sou contra qualquer tipo de ação contra as forças policiais, mas se coloque no lugar dele, um senhor de 70 anos sendo preso novamente por um crime inexistente no código penal, é revoltante”,

afirmou.

Em contato com a reportagem, o deputado federal Marcelo Ramos (PSD) declarou ser esperada a prisão preventiva de Jefferson, e definiu o ex-deputado como um ‘marginal tresloucado’.

“A prisão preventiva é o que se espera de alguém que atira na polícia, porque fica claro que a pessoa é um risco para a sociedade se ficar solta. Roberto Jefferson é um marginal tresloucado estimulado pelo discurso de ódio e violência pregado pelo presidente”,

disse.

Nas redes sociais, Marcelo Ramos condenou às ações criminosas de Roberto Jefferson, e prestou solidariedade aos policiais federais vítimas do ataque. O deputado federal também criticou o presidente Jair Bolsonaro, e apontou o episódio de domingo como uma manobra de tumultuar as eleições.

“O bolsonarismo já tem absoluta consciência da derrota eleitoral e no desespero tenta criar um clima de guerra pré-eleitoral. É deixar Roberto Jefferson como problema da polícia, baixar a temperatura e seguir consolidando a nossa vitória no dia 30. Eles passarão. Nós passarinho”,

escreveu Marcelo Ramos nas redes sociais.

Já o senador Plínio Valério (PSDB) afirmou à equipe do Em Tempo que a prisão do ex-deputado foi uma decisão “correta”.

“Depois do que fez, correta a prisão. Sua reação foi de um homem desesperado por se julgar injustiçado e não ter, de forma legal, a quem recorrer posto que seu processo já iniciou no STF. Só o desespero explica sua reação violenta”, observou.

Caso Roberto Jefferson

A polícia Federal foi à casa de Roberto Jefferson, no domingo (23), para cumprir mandado de prisão expedida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Conforme o ministro, a ordem de revogar a prisão domiciliar se deu porque Roberto Jefferson desrespeitou regras da prisão no domicílio, como os xingamentos realizados pelo ex-deputado contra a ministra Carmen Lúcia no dia 21 de outubro.

Roberto Jefferson contrariou a ordem de prisão e recebeu a Polícia Federal com balas de fuzil e granada. Dois policiais ficaram feridos e foram encaminhados a uma unidade hospitalar.

Moraes determinou outro mandado de prisão, dessa vez por flagrante, e Jefferson foi preso. Nesta quinta-feira (27), o ministro converteu a prisão em preventiva.

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