A Coreia do Sul cancelou vários compromissos, dentre shows de K-pop e festas a agendas oficiais de governo, depois do tumulto que deixou pelo menos 153 mortos, incluindo 20 estrangeiros, e 134 feridos na noite deste sábado durante festividades pelo Halloween em Seul.
Entre os estrangeiros mortos estão cidadãos do China, Irã, Noruega, Rússia e Uzbequistão, segundo as agência de notícias Yonhap e Tass
O presidente do país, Yoon Suk-yeol, declarou luto nacional em memória às vítimas até 5 de novembro. Ele afirmou que o governo fará uma “investigação rigorosa” das causas e tomará medidas para “garantir” que um incidente como este “não volte a acontecer no futuro”. Informações dos bombeiros apontam que o tumulto começou por volta das 22h20 (horário local), 10h20 no horário de Brasília.
— Meu coração está apertado e é difícil conter minha dor — acrescentou o presidente, que foi ao local da tragédia na manhã deste domingo, vestido com um colete verde de emergência.
O Ministério das Finanças suspendeu uma coletiva de imprensa planejada com a mídia estrangeira, enquanto autoridades locais desmarcaram eventos, incluindo celebrações de Halloween e a cerimônia de abertura de um dos maiores festivais de vendas do país.
Um grande evento de K-pop, na cidade de Busan, também foi cancelado. Cerca de 40 mil pessoas eram esperadas, segundo a organização.
A empresa de entretenimento sul-coreana SM Entertainment anunciou que a festa de Halloween da empresa, que seria transmitida online, não será mais realizada. A Starbucks Korea e algumas lojas de departamento interromperam as promoções de produtos relacionados ao Dia das Bruxas, conforme informou a Yonhap News.
A tragédia é a segunda mais letal da história recente da Coreia do Sul em tempos de paz. O incidente aconteceu no distrito de Itaewon, onde 100 mil pessoas — a maioria adolescentes e jovens na faixa dos 20 anos — chegaram na noite de sábado, enchendo seus becos e ruas sinuosas, na primeira grande festa em Seul após a pandemia.
Testemunhas contaram como as pessoas tentaram sair da multidão sufocante empilhando-se umas sobre as outras enquanto os paramédicos, sobrecarregados pelo número de vítimas, pediam aos transeuntes que os ajudassem a prestar os primeiros socorros.
Choi Seong-beom, do Corpo de Bombeiros, explicou que “o alto número de vítimas se deve ao fato de muitas terem sido pisoteadas”.
Imagens da AFP mostraram vários corpos deitados na rua cobertos por cobertores ou mortalhas improvisadas, e socorristas carregando corpos. — Muitos transeuntes vieram nos ajudar. É difícil descrever em palavras. Os rostos de tantas vítimas estavam pálidos. Eu não conseguia sentir seu pulso ou respiração e muitos tinham o nariz sangrando — disse, em entrevista à rede local YTN, o médico Lee Beom-suk.
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱