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OPINIÃO

Unidade é o desafio do novo grupo político do Amazonas

Numa democracia os conflitos e a busca por poder são constantes

A reeleição do governador Wilson Lima foi a consolidação de um novo grupo político que já controla o governo estadual, a prefeitura de Manaus, a Assembleia Legislativa, a Câmara Municipal de Manaus e várias prefeituras do interior, mas tem agora um desafio quase impossível: manter a unidade, pois o grupo possui novas lideranças que estão em disputas por mais espaços de poder.

Amazonino foi derrotado nas eleições para o cargo de governador do Amazonas, assim como Eduardo Braga. Ambos, são representes da escola política do falecido Gilberto Mestrinho. Um grupo político que elegeu todos os governadores do Amazonas, no período de 1982 até 2018.

 O Wilson Lima venceu em 2018, com o discurso do novo na política, agiu como uma reação ao caciquismo e antenado com a onda popular no Brasil que não aceitava mais a velha política, com isso derrotou Amazonino, sendo a primeira vez que um governador amazonense não foi reeleito.

Na eleição municipal de 2020, Davi Almeida saiu vitorioso. Ele iniciou sua carreira política dentro do grupo montado por Gilberto Mestrinho, embora negue. O seu discurso vitorioso questionava o caciquismo e a velha política. A sua campanha contou com a participação de partidários do governador Wilson Lima.

Davi Almeida elegeu o seu correligionário, o vereador Davi Reis, para comandar o Legislativo Municipal e o governador Wilson Lima conquistou o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Roberto Cidade.

Nas eleições de 2022, Wilson Lima, Roberto Cidade, Davi Almeida e David Reis, formaram um só grupo para participar das eleições, objetivando a consolidação do novo grupo a partir da derrota dos herdeiros políticos de Mestrinho. Conseguiram!

Grupo político muito forte. Porém, lideranças com apetites por mais poder tornam os conflitos no interior do grupo bem visíveis. Disputas para o controle das Casas Legislativas, nomes para disputar o cargo de prefeito da capital e nomeações de secretários de governo, dão dimensões dos interesses.

Coronel Menezes, candidato derrotado ao Senado Federal, declarado membro do grupo do governo estadual, quer ser o preferido para disputar o cargo de prefeito de Manaus contra Davi Almeida. Há, ainda, no mesmo grupo, outros nomes para a prefeitura: Roberto Cidade e Joana Darc.

 Na Câmara de vereadores da capital, parlamentares querem eleger o presidente com liberdade, sem interferência do prefeito, buscam criar um subgrupo para obter força política e conquistar novos mandatos eletivos. O prefeito, nos últimos dois anos, tem privilegiado seus parentes para o Legislativo Estadual e para cargo importante na prefeitura, produzindo insatisfação dentro do grupo.

As eleições de 2026 já estão no radar do grupo. David Almeida quer o cargo, indicou o próximo vice-governador que tomará em 2023. Existem resistências ao nome Davi Almeida. Há, também, um novo cenário político com a vitória do presidente Lula que pode contribuir ou não com os seus aliados nas eleições de 2024 e 2026, enfraquecendo ou fortalecendo ainda mais grupo político hegemônico do Amazonas.

São normais as disputas internas nos grupos políticos. Numa democracia os conflitos e a busca por poder são constantes. Porém, a manutenção da harmonia e a unidade do grupo hegemônico do Amazonas, vão depender do tamanho da ” gula ” de poder das lideranças e da capacidade dos opositores de montar estratégias de eleições nos próximos pleitos. Vamos aguardar os desdobramentos.

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