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Agronegócio

Após vender fábrica, Brasil fica sem fertilizantes para o agronegócio

Após a guerra com a Ucrânia, o Brasil pode ficar sem fertilizantes que é importado da Rússia

A UFN3 teve sua obra paralisada em dezembro de 2014.
Fábrica de fertilizantes no Mato Grosso do Sul vendida para a Rússia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as suas redes sociais na manhã desta quarta-feira (2) para mostrar encontro com apoiadores em uma praia, após passeio de jet ski, e para falar do impacto da guerra na Ucrânia na economia brasileira, entre elas a situação da falta de fertilizantes para o agronegócio.

Bolsonaro afirmou que é grande o risco de faltar ou aumentar o preço do potássio, após a guerra na Europa. O potássio, usado como matéria-prima para fertilizantes, é insumo essencial para o agronegócio, setor responsável pelos melhores números da economia brasileira.

O presidente ressaltou que o Brasil depende do potássio vindo da Rússia e aproveitou para defender a exploração do mineral em terras indígenas. A mineração nesses territórios é um antigo desejo do presidente e existe em abundância na Amazônia.

Venda de fabrica para Rússia

Bolsonaro, no entanto, não disse que, há menos de um mês, comemorou o acordo da Petrobras com o grupo russo Acron para a venda da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), em Três Lagoas (MS). O tema, inclusive, foi tratado na viagem da comitiva brasileira à Rússia em fevereiro, quando Bolsonaro disse que o Brasil é “solidário” à Rússia, o que repercutiu muito mal na comunidade internacional.

A UFN3 teve sua obra paralisada em dezembro de 2014 e suas ações não foram revistas como sendo uma indústria estratégica para o Brasil, ao ser vendida.

A meta da UFN3 em MS era produzir por meio de gás natural e água, a ureia fertilizante perolada, Ureia fertilizante granulada, Ureia industrial, Reforce N e Ureia grau ARLA e Amônia. Pelo projeto a capacidade da unidade industrial era de 1.223 mil toneladas/ano de ureia (3.600 t/dia) e 70 mil toneladas/ano de amônia. Durante a obra, a geração de empregos chegou a 10 mil trabalhadores.

“Dez anos depois a Petrobras anuncia sua venda para iniciativa privada. Brevemente produzirá fertilizantes para a agricultura, diminuindo nossa dependência externa”, escreveu Bolsonaro em suas redes sociais, em 5 de fevereiro.

Em comunicado, a Petrobras informou no mesmo dia que chegou a um acordo para as minutas contratuais para a venda de 100% da UFN3, com o grupo russo, ocasião em que já era iminente a invasão da Rússia à Ucrânia e o agronegócio brasileiro temia os efeitos da operação militar, principalmente em relação ao fornecimento de fertilizante.

A publicação foi compartilhada pela ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Em outro post, ela comentou sobre a venda da UFN3.

“O grupo russo Acron fechou a compra da unidade. Ótima notícia que o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, nos deu hoje. A UFN3 terá capacidade de produção de ureia e amônia. Nosso agro tem muito a ganhar”, disse a ministra.

Agora, após a guerra da Rússia com a Ucrânia, a mesma Tereza Cristina admite a possibilidade de faltar fertilizante, caso o Brasil não consiga comprar o produto de outros países. As sanções econômicas impostas à Rússia devem atingir a Acron, como todas as empresas russas, e impedir que a fábrica de fertilizantes entre em funcionamento.

Incoerência

“Com a guerra Rússia/Ucrânia, hoje corremos o risco da falta do potássio ou aumento do seu preço. Nossa segurança alimentar e o agronegócio (Economia) exigem de nós, Executivo e Legislativo, medidas que nos permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância”, escreveu o presidente.

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Comentários:

  1. No Brasil só tem incopetente trabalhando nesse governo..Impressionante!!!!!! E o chefe deles é o pior….todos os ministérios, só imbecil…

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