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Conflito

Indígenas Tenharim vão a Júri Popular pela morte de três homens, em Humaitá

Crime, cometido em 2014, em vingança pela morte de um dos caciques da etnia, vitimou o técnico da Eletrobrás Aldeney Salvador, o professor Stef Pinheiro e o comerciante Luciano Freire

Grupo de indígenas Tenharim acusado pelo triplo homicídio Foto: Divulgação

Humaitá (AM) — O grupo de indígenas Tenharim acusado pelo triplo homicídio ocorrido em Humaitá no ano de 2014, vai a Júri Popular. A pronúncia dos réus Valdinar Tenharim, Gilvan Tenharim, Gilson Tenharim, Domiceno Tenharim, Simeão Tenharim e Aurélio Tenharim ocorreu na última sexta-feira (20). A sentença proferida pelo Juiz Charles José Fernandes da Cruz atende a pedido do Promotor de Justiça Weslei Machado.

“O caso teve repercussão nacional pela forma como foi cometido, mediante emboscada do veículo das vítimas e mais de 150 disparos de arma de fogo. A população, revoltada, invadiu a Sede da Funai, o barco dos indígenas e outros prédios públicos locais. Esse será, sem dúvida, o caso mais importante de Tribunal do Júri do sul do Amazonas”,

apontou o Promotor de Justiça.

Os réus são acusados de triplo homicídio, cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas.

Os índios são suspeitos de assassinar o vendedor Luciano Freire, o professor Stef Pinheiro de Souza e o funcionário da Eletrobras Amazonas Energia Aldeney Salvador.

Relembre o caso

Em dezembro de 2013, os três homens sumiram durante viagem de carro pela BR-230. Depois de dois meses buscas, os corpos foram encontrados em uma cova, nas terras indígenas Tenharim-Marmelo, situada a 100 quilômetros de distância de Humaitá.

O desaparecimento dos três homens gerou revolta na população dos municípios de Humaitá e Apuí, e nos moradores do distrito de Santo Antônio do Matupi, em Manicoré. Por conta das mortes, moradores da região promoveram atentados violentos.

Na época, os manifestantes chegaram tocar fogo em carros, barcos e nas sedes da Fundação Nacional do Índio (Funai), atualmente chamada de Fundação Nacional dos Povos Indígenas, e antigas instalações da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Humaitá.

Mais de 100 indígenas foram ameaçados e precisaram se abrigar no 54º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), em Humaitá. Um grupo de madeireiros e fazendeiros chegou a atear fogo em casas de indígenas, em Manicoré. O conflito cresceu e a região precisou recebeu mais reforço da Polícia Federal e homens da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP).

O crime seria uma retaliação dos indígenas pela morte do cacique Ivan Tenharim, que teve o corpo encontrado na rodovia em 2012.

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