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Alimentação e hospedagens

Mourão gastou R$ 3,8 milhões no cartão corporativo em 4 anos

Atualmente senador, Hamilton Mourão despendeu a maior parte dos recursos do cartão em alimentação e hospedagens

Brasília (DF) – Após pedido de Lei de Acesso à Informação, a Vice-Presidência da República liberou os valores e detalhamentos das despesas com o cartão corporativo do órgão entre 2019 e 2022, na gestão do ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos). Durante os quatro anos no Palácio do Jaburu, Mourão gastou principalmente em alimentação e hospedagens. O general, atualmente, exerce mandato eletivo no Senado.

Os valores dos gastos foram divulgados após pedido da Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas — a mesma que liberou os gastos da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL). Não há dados estruturados antes de 2019, pois o órgão passou a registrar as despesas em um sistema eletrônico apenas no fim do primeiro semestre daquele ano.

Ao todo, Mourão despendeu R$ 3,8 milhões no cartão corporativo; a maior parte, nos últimos dois anos em que esteve no cargo: em 2021, foram usados R$ 1,1 milhão; em 2022, R$ 1,6 milhão. O estabelecimento que mais recebeu foi o mercadinho La Palma, na Asa Norte, bairro central em Brasília. Este mercado também consta nos gastos da Presidência da República. O dono do lugar é apoiador do ex-presidente e se envolveu em polêmica em outubro do ano passado, quando uma cliente o acusou de xenofobia.

Há registro de gastos no exterior. Mourão usou o cartão em nações como Egito (R$ 187 mil), China (R$ 132 mil), Itália (R$ 55 mil), Estados Unidos (R$ 55 mil), Espanha (R$ 47 mil) e Portugal (R$ 28 mil). O senador ainda gastou em outros oito países, que totalizaram R$ 156 mil.

O cartão corporativo foi criado para lidar com cobranças corriqueiras, como a compra de materiais de escritório e a autenticação de um documento em firma, dentre outros casos que não demandam a abertura de um processo burocrático. Não há, na legislação, regras claras sobre como devem ser os gastos com esses cartões, mas a Controladoria-Geral da União (CGU) tem um manual que recomenda o uso com “cautela”.

*Com informações do Metrópoles

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