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Cartão corporativo

Com cartão corporativo, Bolsonaro gastou R$ 12,2 mil em panificadora de Manaus

Ao longo dos quatro anos de mandato, Bolsonaro dizia não usar o cartão corporativo

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – Os dados a respeito dos gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo, divulgados na quarta-feira (11), chamaram atenção pelo alto valor das despesas em alimentação e em hotéis de luxos. Ao todo, foram gastos, do dinheiro do contribuinte, cerca de R$ 27,6 milhões durante os quatro anos de gestão. Em Manaus, uma panificadora recebeu R$ 12.255 mil.

Os dados dos gastos no cartão corporativo do ex-presidente Bolsonaro foram adquiridos pelo pedido da Agência de Notícias Fiquem Sabendo, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). As informações também foram publicadas, nesta quinta-feira (12) no site oficial do governo.

A divulgação dos dados não tem relação com os decretos de quebra de sigilo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso porque, pela LAI, o sigilo dos gastos do cartão corporativo presidencial vale até o fim do mandato.

Gastos em Manaus

Do montante milionário de despesas, uma parte foi gasta por Bolsonaro durante suas visitas na capital amazonense. No diz 27 de outubro de 2021, Bolsonaro gastou R$ 12.255 mil em uma panificadora da cidade, localizada na Zona Norte.

Já na noite do dia 26 de outubro de 2021, Bolsonaro ficou hospedado no Altantica Hotels Internacional, localizado na Zona Sul de Manaus. A estadia custou cerca de R$ 38.8 mil dos cofres públicos por meio do pagamento no cartão corporativo presidencial.

Nesse dia, o ex-chefe do executivo veio até a cidade para participar do baile de formatura de 404 soldados da Polícia Militar.

Poucos meses antes, em outra visita a Manaus, o ex-presidente se hospedou no Altantica Hotels para comparecer a inauguração da segunda etapa do Centro de Convenção Vasco Vasques no dia 23 de abril de 2021. O ex-presidente pagou cerca de R$ 23.080,60 ao hotel.

Para o senador Plínio Valério (PSDB), os gastos do cartão corporativo presidencial por Bolsonaro, que se concentram principalmente em despesas em hospedagem e alimentação, foram exacerbados. Também ressaltou que nos governos anteriores, as despesas também foram altas.

“Sim, de todos eles. Se você comparar com Lula e Dilma, Bolsonaro gastou menos. Mesmo assim, todos os últimos presidentes gastaram muito”,

disse.

Nos oitos anos de governo Lula, entre 2002 e 2010, foram gastos cerca de R$ 43.988.509,05. Em valores corrigidos, o valor total chega a R$ 110.122.468,55. Já no governo Dilma, de 2010 a 2016, as despesas foram de R$ 40.349.341,69. Ao longo dos quatro anos de governo, Bolsonaro garantia nas transmissões em lives que não utilizava o cartão corporativo.

Uma das razões que explica os gastos maiores pelo uso do cartão corporativo nos governos petistas em relação ao governo Bolsonaro decorre da diferença das modalidades das despesas. Enquanto que Bolsonaro concentrou os gastos em hospedagem e alimentação, os governos petistas gastaram predominantemente em viagens e hospedagens relacionadas a agendas internacionais.

Outros gastos

Apenas em estadias, Bolsonaro gastou cerca de R$ 13,6 milhões. Os dados divulgados mostram que, entre os dias 17 e 23 de dezembro, durante a viagem no Guarujá, o ex-presidente gastou, em 10 transações, mais de R$ 1,4 milhão no Ferraretto Hotel.

Também chama atenção os altos gastos em panificadoras que alcançaram o valor total de R$ 581 mil. Uma filial da rede Carioca Santa Maria recebeu cerca de R$ 362 mil no cartão corporativo presidencial.

Em Boa vista, o restaurante Sabor da Casa recebeu, no dia 26 de outubro de 2021, R$ 109 mil. O restaurante vende marmitas em torno de R$ 17. O deputado federal Zé Ricardo (PT) se manifestou, nesta sexta-feira (13), em suas redes sociais, sobre o alto valor gasto no restaurante.

“Estou curioso, será que a turma do Bolsonaro já pensou na desculpa para a compra de R$ 109 mil em marmitas da lanchonete em Roraima?”, questionou.

O que é o cartão corporativo presidencial

O cartão corporativo é um recurso que pode ser utilizado pelo presidente da república para custear serviços como hospedagem, alimentação e transporte. O cartão é pago pelo dinheiro do contribuinte.  

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