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Poder de compra diminui, e consumidores optam por conserto em vez de novos aparelhos eletrônicos

Em razão da diminuição do poder de compra, brasileiro tem optado pelo conserto em vez de novos aparelhos eletrônicos. Segundo uma loja de Manaus, houve aumento de 20% pela busca de reparos

A baixa venda de eletroeletrônicos no Brasil, em 2021, chegou a 7,2% em relação ao ano de 2020 - Foto: Divulgação

Manaus (AM) – No lugar de adquirir novos aparelhos eletrônicos, muitas pessoas têm optado em procurar por serviços de assistência técnica. Conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Eletros), o setor registrou uma queda de vendas em 2021, sendo motivada pelo aumento do câmbio, dos juros altos e pela diminuição do poder de compra do consumidor.

Desde o início da pandemia da Covid-19, a loja de assistência técnica Cases Finos, localizada em Manaus, viu a procura por seus serviços de conserto subir consideravelmente. Conforme os dados registrados pelo estabelecimento, houve um aumento de 20% pela busca de reparos em aparelhos eletrônicos, desde o início da pandemia. Para o estabelecimento, a crise econômica agravada pela pandemia favoreceu essa tendência de mercado.

“Por se tratar de uma crise econômica que passamos durante a pandemia, as pessoas acham mais adequado reparar apenas os danos necessários nos dispositivos eletrônicos, principalmente de marcas mais caras, como a Apple. No caso de dispositivos como da Samsung, que tem muitos modelos e sempre está lançando novidade no mercado na categoria base, grande parte do público optou por uma troca significativa, e não pelo reparo”,

analisa a loja Cases Finos.

A baixa venda de eletroeletrônicos no Brasil, em 2021, chegou a 7,2% em relação ao ano de 2020, segundo o levantamento realizado pela Eletros. No total, foram comercializados R$ 90 milhões de produtos do setor em 2021, enquanto que no ano anterior foram vendidos cerca de R$ 101 milhões.

Assim como tantos brasileiros, o corretor de imóveis Wellington Peres, de 25 anos, também decidiu buscar por serviços de conserto, pois observou uma alta no preço dos produtos eletrônicos vendidos nas lojas nos últimos anos.

“Eu prefiro consertar do que comprar hoje em dia. O preço dos eletrônicos aumentou muito e por causa disso eu não posso mais comprar os produtos que eu comprei anos atrás. Recentemente, eu mandei consertar um computador, ao invés de comprar um novo. Mesmo sendo um produto antigo, optei pelo conserto pois precisava utilizar para trabalhar e ficar sem não era uma opção”,

detalha Wellington.

Essa tendência pela procura da manutenção de eletroeletrônicos é indicada pelos dados do Google Trends. Durante o período de junho de 2021, 53% dos brasileiros buscaram serviços de conserto de dispositivos eletrônicos, e apenas 11% procuraram adquirir novos produtos.

Já a plataforma GetNinjas, que conecta prestadores de serviço e usuários, registrou, em 2020, um aumento de 40% no interesse por assistência técnica de celulares no Brasil.

Cenário econômico desfavorável

Segundo o professor e economista Assis Mourão, um dos fatores que motivou a diminuição nas vendas de eletroeletrônicos no país é o desestimulo do consumidor, frente a um cenário de grande desemprego, de uma economia turbulenta e também pela pandemia. Além disso, também acrescenta o fator macroeconômico que envolve a alta do câmbio e o aumento dos juros.

“O aumento do câmbio ou o aumento da moeda estrangeira, que no caso é o dólar, está provocando um aumento nesses produtos eletroeletrônicos. Consequentemente, o consumidor prefere economizar com serviços de manutenção. Já os juros altos fazem o consumidor evitar de adquirir dívidas e, principalmente, em querer usar o cartão de crédito”,

explica o economista.

Outra explicação para a procura por serviços de conserto, tanto em Manaus quanto no restante do país, é a diminuição da renda da população. De acordo com o economista Origenes Martins, mesmo sendo negativo por um lado, já que as vendas do setor de eletroeletrônicos diminui, por outro, o serviço de consertos sofre um aumento.

“Alguns produtos que eram trocados em pequeno espaço de tempo, passaram a ter sua recuperação buscada em função do custo. Este fator é ruim para o comércio, porém estimula um setor do serviço que são as empresas de eletricistas e pequenas empresas de manutenção. Acredito que assim que houver a recuperação do emprego e renda, volta a haver um aumento na compra do produto novo”,

completou Martins.

Edição: Leonardo Sena

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