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Agronegócio

Potássio do AM pode ser alternativa para escassez de fertilizantes no País

A guerra na Ucrânia desperta uma possível nova alternativa para o Brasil: explorar as minas de potássio localizadas no Amazonas

Potássio
Potássio pode ser explorado no Amazonas

Manaus (AM) – O cenário de risco de falta de fertilizantes devido à guerra entre Rússia e Ucrânia traz preocupação para o Brasil. Com a escassez do produto, o País pode sofrer impacto, especificamente nas atividades do agronegócio, uma das principais atividades econômicas da nação.

Os temores de escassez de fertilizantes, produtos que os agricultores usam para aumentar a produtividade do solo, são motivados pela guerra, que limitando os fluxos comerciais entre os dois países, impede a chegada do adubo, uma vez que a Rússia fornece 23% dos fertilizantes que o Brasil importa.

Porém, a situação desperta uma possível nova alternativa para o Brasil: explorar as minas de potássio localizadas no Amazonas, nos municípios de Autazes, Itacoatiara, Nova Olinda do Norte, Silves, Nhamundá, Itapiranga e São Sebastião do Uatumã, no interior do Amazonas.

Ideia defendida pelo Presidente

A ideia é defendida pelo presidente Bolsonaro que, nesta quarta-feira (2), publicou, nas redes sociais, o Projeto de Lei nº 191/2020 que permite a exploração de recursos minerais em terras indígenas. Ele disse que “uma vez aprovado, resolve-se o problema”, porém a iniciativa precisa considerar os aspectos econômicos e ambientais para a exploração na Amazônia.

O Portal Em Tempo entrou em contato com autoridades representativas do Amazonas para falarem sobre o assunto. O deputado Federal Marcelo Ramos (PL) disse que já passou da hora da mina de potássio de Autazes ser licenciada.

“Eu entendo que devem ser tomados todos os cuidados para garantir as salvaguardas ambientais, as salvaguardas de proteção de terras indígenas. Mas isso tem que ser feito com razoabilidade. Isso não pode ser um empecilho para exploração de um potencial econômico significativo para o Amazonas e para o Brasil. Então o que eu defendo é que há um processo judicial sobre esse tema pendente de consulta às comunidades e eu imagino que a doutora Jaiza que é muito sensível entenda que chegou a hora de agilizar os mecanismos dessa consulta às populações indígenas tomar as providências necessárias para mitigar qualquer dano ou para compensar qualquer dano e permitir a exploração do potássio imediatamente” ressaltou o deputado.

O deputado Estadual Fausto Júnior (PRBT) afirmou que vai propor a criação de uma força tarefa, unindo os governos Federal, estaduais e prefeituras com a ideia de “destravar” a produção de fertilizantes no Brasil, onde existe a maior reserva de potássio no mundo.

“Proponho uma força tarefa para destravar a produção de potássio no Brasil e, dessa forma, diminuirmos a dependência de fertilizantes importados”, afirmou Fausto Jr. “Somos o maior importador de potássio do mundo, com mais de 10,45 milhões de toneladas compradas por ano”, acrescentou.

Danos econômicos

De acordo com o consultor econômico Mourão Júnior, o corte da importação de fertilizantes pode causar sérios danos econômicos para o nosso principal setor de exportação e que mantém o mercado interno, que é o setor primário, principalmente a agricultura, que necessita de fertilizantes.

“Nós temos aqui no estado da região Norte várias minas de potássio, principalmente no município de Autazes, que poderiam estar sendo exploradas, numa visão de nos tornarmos menos dependentes do potássio importado que vem da Rússia. Buscar essa alternativa econômica que é a mineração, que sendo bem-feita, bem regulada, fiscalizada, não gera impactos no meio ambiente. O que não podemos é cortar o modelo Zona Franca de Manaus como estão querendo cortar e não dar para a gente outras alternativas econômicas, porque só do turismo nós não vamos sobreviver”, disse o economista.  

Produtividade no campo

Essencial para qualquer tipo de cultivo, o potássio é um dos minérios mais importantes para a indústria de fertilizantes. O mineral é largamente utilizado para aumentar a produtividade no campo e, juntamente com o nitrogênio e o fósforo, forma a tríade presente nas formulações NPK (nitrogênio, fósforo e potássio).

Atualmente, o Brasil importa 96,5% do cloreto de potássio que utiliza para fertilização do solo. Também ostenta o título de maior importador mundial de potássio, com 10,45 milhões de toneladas adquiridas em 2019, de acordo com dados do Ministério da Economia.

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