Brasília (DF) – Integrantes da cúpula do Ministério das Relações Exteriores brasileiro ficaram incomodados com a forma com que o Reino Unido divulgou a conversa entre o presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na última quinta-feira (3).
A reclamação principal de diplomatas do Itamaraty foi em relação ao tom adotado por um porta-voz do gabinete de Boris Johnson, de quem partiu a iniciativa de divulgar primeiro a conversa por telefone entre os dois chefes de governo.
A avaliação foi de que os britânicos quiseram “forçar uma posição” mais dura de Bolsonaro em relação à invasão russa da Ucrânia. Ao divulgar a conversa, o porta-voz britânico afirmou que os dois líderes “concordaram em pedir um urgente cessar-fogo e que a paz deve prevalecer”.
Um dos pontos que mais irritaram membros do Itamaraty foi o fato de o porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido ter mencionado que o Brasil foi um “aliado vital” durante a Segunda Guerra Mundial e que, novamente, a voz do país se mostra crucial para a solução da crise.
Bolsonaro desiste de tuitar
De acordo com fontes do Itamaraty e do Palácio do Planalto, a atitude dos britânicos contrariou o próprio ministro das Relações Exteriores brasileiro, Carlos França. O chanceler teria levado o incômodo a Bolsonaro, que teria concordado com a posição do auxiliar.
Ministros palacianos contaram à coluna que o presidente cogitou tuitar sobre a conversa com Boris Jhonson, considerada pelo brasileiro como “boa”, pelo fato de o primeiro-ministro ter colocado o Brasil como um dos mais importantes nas negociações. Bolsonaro, porém, recuou após a divulgação pelos britânicos.
Até o momento, nem Bolsonaro, nem o Planalto, nem o Itamaraty se pronunciaram oficialmente sobre o telefonema. O governo brasileiro limitou-se a confirmar que a conversa ocorreu entre 14h45 e 15h15 da quinta-feira, horário de Brasília, e a incluir o evento na agenda oficial do presidente.
*Com informações do Metrópoles
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