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Opinião

Treinadores de futebol Portugueses x Brasileiros – O treino só começou

O mundo do futebol brasileiro, convive com sentimentos confusos – “um misto de medo, esperança, renovação e curiosidade”

Reprodução Redes Sociais

A globalização do futebol é inegável, seus primeiros registros foram no continente asiático há 3000 anos na China. Provavelmente foi levado ao continente europeu pela “Rota da Seda”, início do intercâmbio comercial entre as civilizações do Oriente e Ocidente.

Já se passaram 523 anos do descobrimento do Brasil e, recentemente novos comandantes portugueses desembarcaram em nosso solo, não mais nas caravelas de madeira de Pedro Álvares Cabral, mas em modernos aviões A330neo Airbus, um dos mais modernos do mundo. Atravessaram confortavelmente o atlântico com seus iPhone, TacticalPad ou a Velha Caderneta, estudando em pleno voo o nosso futebol.

Diferentemente dos colonizadores de 1500, estes foram convidados para comandar algumas equipes de futebol no Brasil. Motivados em conhecer e trabalhar com as joias mais preciosas e raras no mundo do futebol, “os jogadores brasileiros com seu gingado”. Um desafio aos lusitanos, que em quase um século de futebol, só produziram dois craques – Eusébio, artilheiro da copa de 1966 e CR7, o quebra-recorde do futebol mundial!

Torcedores pensam como torcedores e questionam: O que esses treinadores portugueses tem de diferente dos brasileiros? Nunca ganharam uma copa do mundo e não são protagonistas nos maiores clubes europeus? Não podemos responder como torcedores apaixonados e bairrista, cabe breve pesquisa e análise para tentar respondê-los!

O mundo do futebol brasileiro, convive com sentimentos confusos – “um misto de medo, esperança, renovação e curiosidade”, a sociedade do futebol os recebeu novamente (alguns já estiveram por aqui). Acredito que “essa enxurrada de treinadores” (hoje são quase 10), se deu frente ao fracasso do futebol brasileiros nas últimas copas do mundo, principalmente, após os 7 x 1 para a seleção Alemã.

Navegando em busca de possíveis respostas, descobrimos o “pioneirismo cientifico” na formação dos técnicos portugueses. Este pode ser um grande diferencial! Enquanto por essas bandas acreditávamos que só o talento de nossos jogadores bastava, Portugal se especializou em formar treinadores e criaram cursos de formação na área há mais de 30 anos. Portugal, passou a ser um celeiro de treinadores! 

Em 1975 em Lisboa, foi criado a primeira especialização em futebol, voltadas aos professores que se graduavam em Educação Física. Nos últimos 33 anos, o curso organizado pela federação Portuguesa de Futebol (FPF) e pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), obtiveram tanto sucesso a ponto de parte do currículo ser utilizado como referência pela UEFA.

E no Brasil? Quem pode exercer o papel de treinador de futebol? Só graduados em Educação Física ou um ex-jogador, ou um praticante da modalidade? As discussões não sessam, como tudo por essas bandas, uma confusão no “campo político e jurídico”. A lei 8.650, de 20 de abril 1993 (governo Itamar Franco), traz em seu Artigo 3º:“o exercício da profissão de treinador de futebol Profissional de Futebol ficará assegurado preferencialmente:

“I- Aos portadores de diploma expedido por Escolas de Educação Física ou entidades análogas, reconhecidas na forma da lei”; “II – Aos profissionais que, até a data do início da vigência desta lei, hajam, comprovadamente, exercido cargos ou funções de treinadores de futebol por prazo não inferior a seis meses…”.

Essa lei, indica uma priorização aos graduados de Educação Física, e não manifesta uma obrigatoriedade para ser treinador profissionais de futebol. Como está hoje após 30 anos? Em 2019, o Projeto de lei (PLS), foi rejeitado pela comissão do senador pelo senador Romário, nesta audiência o presidente do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), Jorge Steinhiber, se pronunciou, “A falta de definição clara, libera o exercício da profissão para qualquer pessoa que se autodenomine Treinador”.

O CREF, continua a exigir dos treinadores o pagamento de anuidade. Por entender que os mesmos fazem parte do esporte e da Atividade Física, que é fiscalizada pelo Conselho (acho justo). O texto está na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), com o senador Romário – que diz “não aceitar está reserva de mercado e, muitos ex-jogadores que não tem formação em Educação Física, não poderão ser treinadores”. Haja polêmica!

Sabemos que o futebol não é “ciência exata”, multifatores além dos gramados. Os que acreditam nas ciências, a “Teoria-Prática-Teoria são interdependentes!” Penso que para ensinar esporte bem a todos, os treinadores, devem “entender de desenvolvimento humano”. O futebol é jogado por seres humanos, que precisam ter as demandas necessárias atendidas para a melhor performance do futebol profissional.

A maioria dos técnicos portugueses que passaram por aqui não obtiveram sucesso ou títulos, é o risco da profissão. Após os títulos de J. Jesus e A. Ferreira, na libertadores e brasileirão, seus prestígios aumentaram. Os treinadores brasileiros precisam reconquistar os maiores campeonatos e os títulos, para restabelecerem o seu protagonismo.

Finalizo, expressando indignação pelo sofrimento que Vini.jr. passa. Apesar de todo racismo, xenofobia e preconceito sofrido, demonstrou “a força e superação do povo negro do Brasil”. Vinicius, entrará para a história na luta contra o racismo estrutural no mundo todo (Magno Malta, você entrará negativamente). Esse foi o gol mais difícil que fez! Vini, um negro brasileiro virtuoso! #SomostodosVini.jr.

Cá e lá, o novo incomoda!

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