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Bolsa

Dólar cai ao menor valor em mais de um ano antes de decisão sobre Selic

Analistas esperam que taxa básica de juros seja mantida em 13,75% nesta quarta

São Paulo (SP) – O dólar voltou a cair no início da tarde desta segunda-feira (19) e chegou ao seu menor patamar desde maio de 2022, com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que vai decidir a nova taxa básica de juros do Brasil na quarta (21), no radar dos investidores.

Já a Bolsa brasileira retomou sua trajetória de alta interrompida na sexta (16) após uma nova melhora nas projeções de inflação no boletim Focus, do BC, divulgado nesta segunda, e também na esteira da próxima reunião do Copom.

Às 14h30, o Ibovespa subia 0,83%, a 119.748 pontos, e o dólar caía 1,14%, a R$ 4,767.

As projeções para a inflação em 2023 de analistas consultados pelo BC foram de 5,42%, na semana passada, para 5,12%, em mais um sinal de melhora no ambiente econômico do Brasil, mostrou o boletim Focus nesta segunda.

Além disso, os especialistas agora preveem que o primeiro corte da Selic acontecerá em agosto, uma antecipação ante o consenso anterior, de que a queda dos juros seria iniciada apenas em setembro. Os analistas seguem acreditando, porém, que a Selic deve ser mantida em 13,75% na quarta-feira.

O dólar foi pressionado na semana passada pela decisão de política monetária do Federal Reserve, o banco central americano (Fed), que promoveu uma pausa em sua escalada de juros iniciada em março de 2022. A moeda americana tende a se beneficiar de juros altos no país, já que a renda fixa dos EUA torna-se mais atrativa para recursos estrangeiros.

Juros mais baixos no Brasil, então, colocariam pressão negativa sobre real ao reduzir a rentabilidade do mercado de renda fixa brasileiro, e uma antecipação do primeiro corte da Selic teria esse efeito.

Estrategistas do Goldman Sachs disseram em relatório recente, porém, que os diferenciais de juros brasileiros devem continuar favoráveis ao real mesmo quando a redução da Selic for iniciada. Isso porque, com a diminuição da inflação no Brasil, as taxas de juros reais (que descontam o IPCA) permaneceriam em níveis altos, o que ainda manteria os fluxos da renda fixa brasileira.

“Embora uma pequena retração seja certamente possível, achamos que o dólar ainda tem espaço para uma tendência de baixa”,

completou o banco no documento.

Com isso, o dólar caminha para registrar mais um dia de perdas ante o real e fechar o dia abaixo dos R$ 4,80.

No exterior, a moeda americana registrava leves ganhos contra uma cesta de divisas fortes, em dia de feriado nos Estados Unidos.

O Ibovespa, por sua vez, registrava alta e estava próximo aos 120 mil pontos, também apoiado pelas expectativas sobre os juros no Brasil.

Apoiavam o índice altas de Petrobras (2,39%) e Localiza (3,67%), que estavam entre as mais negociadas da sessão. Os maiores ganhos, porém, eram da JBS, que subia 5,42% após anunciar uma expansão de unidades no Mato Grosso no valor de R$ 800 milhões.

Na outra ponta, as ações da Vale, que eram as mais negociadas da sessão, pressionavam a Bolsa com queda de 0,35%, em dia de fraqueza nos contratos futuros do minério de ferro. Perdas de CVC (3,33%), Alpargatas (2,51%) e Hapvida (1,14%), que acumulam valorização de pregões anteriores, também puxavam o Ibovespa para baixo.

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários não funcionam nesta segunda por conta do feriado americano.

*Com informações da Folha de S.Paulo

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