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JUROS ALTOS

Manutenção dos juros altos pode impedir melhora da economia, dizem entidades

Banco Central manteve Selic em 13,75% ao ano e frustrou expectativas de sinalizar corte da taxa em agosto

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano causou uma série de críticas de entidades que representam os setores produtivos brasileiros. As informações são do site CNN.

Representantes de órgãos se disseram surpresos pela decisão e afirmaram que os juros no atual patamar impedem uma melhora das condições econômicas, refletindo na geração de empregos no país e no ritmo das atividades.

O presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, disse que a decisão do Copom deixou o setor contrariado, frustrando expectativas de um corte imediato.

“Esperamos que tenha uma redução na próxima reunião, dado que os pontos que dificultam a redução mencionados na ata do Copom estão sendo tratados. Tem que existir essa redução, pois a economia está trabalhando em um nível muito baixo e isso não gera emprego, otimismo, quem está capitalizado não investe”,

afirmou.

Não ocorreu agora, mas entendemos que dificilmente poderá passar de agosto. Se a taxa estabelecida cair, mas permanecer elevada, precisamos trabalhar no sistema financeiro para que ele ofereça melhores condições de crédito”, completou.

Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), era a hora de o Copom reduzir a Selic “sob risco de recessão em breve”.

Segundo a entidade, houve uma queda de 30% nos lançamentos do primeiro trimestre deste ano, parte causada pelos juros altos.

“A taxa básica da economia está, claramente, afetando a atividade produtiva. No caso da construção, no comparativo do primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado, tivemos queda de 30,2% nos lançamentos, mostrando que nosso empresário teme o futuro. Vemos um cenário com redução da pressão inflacionária, melhoria das expectativas, aprovação do arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados”,

afirmou a CBIC, em nota.

Já para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a manutenção da Selic está acima do necessário para o combate à inflação e impõe riscos adicionais para a atividade econômica.

“Esperamos que, com a continuidade do movimento de desaceleração da inflação, o Copom inicie já na próxima reunião o tão necessário processo de redução da Selic”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Segundo a entidade, os recentes dados indicando a perda de fôlego da inflação reforçam a tese de que o Banco Central esteja exagerando na política monetária.

Procurada, a Febraban, entidade que representa os maiores bancos brasileiros, não quis comentar a decisão do Copom.

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