Manaus (AM) – Em dois anos, o Brasil vai sediar a COP30 na Amazônia e os povos da floresta precisam se apropriar do vocabulário técnico usado nesses grandes encontros para não serem enganados e garantirem seu espaço de participação e direito a voz. Por conta disso, nesta quinta-feira (29), ocorrerá o lançamento do Glossário Ilustrado da Justiça Climática, que possui 43 termos ilustrados em versão trilíngue (português, espanhol e inglês) sobre a temática que envolve conservação das florestas, proteção dos povos originários, mudanças climáticas e outros.
O lançamento ocorrerá durante o IV Cinturão Cultural do Tapajós – Territórios e Resistência, a partir das 15h, que será realizado no Theatro Victória, localizado em Santarém (PA), e é aberto ao público.
O Glossário aborda perguntas como: Como funcionam as COPs e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima? O que quer dizer emissão Net Zero? O que significa esse tal de BECCS e essa sigla REDD? Por que o tal mercado de carbono e mecanismos de compensação não diminuem a emissão de gases de efeito estufa? O que é maquiagem verde? Como tem acontecido essa captura corporativa em espaços de tomadas de decisão?
Desde o ano passado, o projeto ArvoreAgua, em parceria com a Plataforma Latinoamericana de Justiça Climática e campanha Que Os Grandes Poluidores Paguem, começou a ilustrar, semana a semana, termos dessa retórica obscura para aqueles que não estão familiarizados com essa linguagem cheia de jargões, tampouco com o funcionamento interno das negociações internacionais.
Ao todo, são 43 termos ilustrados em versão trilíngue (português, espanhol e inglês). A meta é fazer o Glossário Ilustrado da Justiça Climática chegar nas mãos de todos os movimentos sociais e lideranças comunitárias. No lançamento, 100 livros serão distribuídos em Santarém, durante o IV Cinturão Cultural do Tapajós – Territórios e Resistência, evento organizado pelo Instituto Sebastião Tapajós com o NIERAC do Ministério Público do Pará, em parceria com o projeto Luz e Ação da Amazônia da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Coletivo de Mulheres Indígenas as Karuana e Instituto Cabana Tapajós.
Para Jackson Fernando Rego Matos, pesquisador e professor de estudos amazônicos da UFOPA, “precisamos estar articulados e fortalecidos para que o povo local, suas populações e comunidades tradicionais estejam suficientes e organizados para serem protagonistas da própria história. É fundamental se ouvir e dialogar sobre os problemas e soluções da Amazônia a partir da própria sociedade civil de base”.
A liderança indígena Vandria Borari, da Associação Kuximawara de Alter do Chão, explica que efetivamente é o povo indígena que preserva a floresta há milhares de anos sem essas falsas soluções. “O Glossário Ilustrado da Justiça Climática possibilita uma compreensão de forma simplificada sobre as falsas soluções propagadas pelo Norte Global ao Combate às Mudanças Climáticas que são discutidas nos encontros internacionais sobre o Clima.”
*Com informações da assessoria
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