Manaus (AM) – O escritor de Parintins Rogério Mascarenhas, mais conhecido como “Romahs”, lança neste sábado (8), o livro de literatura infantojuvenil “O menino que morava no poste”, às 9h, no Parque do Mindu, situado na Rua Domingos José Martins, Parque Dez de Novembro, Zona Centro-Sul de Manaus. O livro é uma produção da Editora REGGO, com desenhos de Romahs e arte-final de Tieê Santos.
“O livro conta a história de dois amigos que medem 10 cm de altura, Severiano e Benedito, que ao lado de uma menina que comanda 50 terríveis cabas mágicas, a Zuleide, se embrenham na imensa Floresta Amazônica para recuperar um objeto precioso que está sendo levado para ser dado de presente a um ser mágico, a menina mariposa Clara, que nascerá para reinar sobre todos os seres minúsculos, tanto o povo mágico ‘Gitinho’ (ao qual pertencem Severiano e Zuleide), quantos os insetos e outros pequenos seres vivos que vivem na mata. Nessa viagem, eles enfrentam terríveis perigos, como serpentes gigantescas, onças e um exército de formigas-zumbis, comandadas por um fungo-rei”,
explica o escritor.
Conforme a sinopse do livro, os protagonistas da história são tão pequenos que viajam nas costas de duas iguanas. Ela voa nas costas das temidas cabas assassinas que a obedecem cegamente. Os protagonistas se aventuram cruzando a deslumbrante e terrível Floresta Amazônica, seus perigos e armadilhas mortais, até aquela que nascerá de um casulo para governar os pequenos daquele imenso mundo, um presente da Deusa Avó de tudo o que existe.
“Em 2019 resolvi tirar o livro da gaveta e inscrever num edital de cultura para me capitalizar para enfim publicá-lo. Ganhei o edital e ao retornar aos originais da obra senti que ela estava incompleta, que precisava de uma segunda parte para história que tinha criado”, conta.
“Do livro como era no início, o que eu tinha de mais bonito e intacto eram as ilustrações originais feitas com muita dedicação, com aquarela e lápis de cor e acabei nem usando. O texto escrito a mão num velho caderno ou sua versão digitada, preso em algum disquete mofado, em quase nada me ajudavam. Tive que reescrevê-lo. E, nesse processo, comecei a pensar numa continuação, uma nova aventura começando do ponto onde parara a que criei primeiro, 24 anos antes. Assim, surgiu a segunda parte, a aventura na nossa selva amazônica”, completa.
Os nomes dos protagonistas: Zuleide, Severiano, Benedito e Clara são homenagens aos avós do autor e as referências para criar a história as lembranças de infância na cidade de Parintins, no interior do estado do Amazonas, onde nasceu e morou até os seus 14 anos.
“Costumo dizer que escrevi esse livro em especial para o menino avoado e fantasioso que eu era quando criança, do jeito que sei que ele amaria ler e certamente se envolveria com a história e seus acontecimentos que ele acharia incríveis. Penso que ele colocaria esse livro na estante do coração junto de Os três mosqueteiros, A volta ao mundo em 80 dias, A ilha do tesouro, As aventuras de Robin Hood e tantos outros universos de aventura e magia que o fascinavam. Esse livro também é uma forma de conversar com ele. De dizer para ele que, assim como descobriu sobre si após adulto o poeta Carlos Drummond de Andrade, a história dele naquele momento e o que viria depois também é mais bonita que a do Mogli, o menino lobo ou a do náufrago Robson Crusoé”,
declara.
Segundo o autor, a ideia do livro veio na mesma época em que nasceu a primeira filha dele, Beatriz Mascarenhas, que também foi revisora do livro e roteirista dos Estúdios Maurício de Sousa, mas precisou ser “maturada” por mais de duas décadas.
“Escrevi algumas versões do texto e fiz várias ilustrações, mas sempre o deixava de lado priorizando outros projetos e trabalhando para pagar as contas e despesas do lar. Acabou reduzido a surtos de lembrança assustada e culpada, quando prometia que não o relegaria a um sonho esquecido, abandonado. Que não seria como os quadrinhos que criei na infância e morreram de inanição, trancados no fundo, de uma gaveta. Então um dia cumpri a promessa e voltei para ele”,
destaca Romahs.
O livro de literatura infantojuvenil “O menino que morava no poste” ganhou em 2019 o edital de cultura Conexões Culturais da Secretaria de Cultura da cidade de Manaus, a ManausCult.
Lançamento do livro
Entre as atrações no lançamento do livro, ocorrerá uma exposição de arte ao ar livre chamada “Os Gitinhos”, que consiste na exibição de 10 personagens moldados com a técnica de artesanato em biscuit pela artista visual Lorena Souza a partir dos layouts desenhados pelo autor e baseados nos personagens do seu próprio livro. Esses bonecos de 15 centímetros estarão espalhados no meio da vegetação, no decorrer de uma das belas trilhas arborizadas do parque.
No mesmo dia, ocorrerá o lançamento do artbook do livro (um livreto, como um caderno de desenhos, com estudos de personagens, cenários, cenas e ilustrações que na sua maioria ficaram de fora do livro ou dos quais foram aproveitados apenas recortes). O artbook é uma idealização do arte-finalista do livro, Tieê Santos, que teve a ideia de levar até o público essas belas imagens não aproveitadas no livro.
Sobre o autor
Romahs é brasileiro, amazonense da cidade de Parintins. Artista visual premiado em salões como o de Humor e Arte Gráfica no Amazonas e quadrinista prestigiado: a obra em quadrinhos, em parceria com o roteirista Emerson Medina, “A Última Flecha”, foi indicada a importantes prêmios literários e de arte gráfica como o HQ MIX, o Oscar dos quadrinhos brasileiros, como também ao Prêmio ABERST de Literatura, além de figurar no catálogo HQ BRASIL como um dos 100 melhores quadrinhos brasileiros dos últimos dez anos.
Romahs também é roteirista e faz parte do grupo de roteiristas dos estúdios MSP, do lendário cartunista Maurício de Sousa, criador dos quadrinhos da Turma da Mônica. Há quase três décadas, Romahs atua em Manaus como chargista, caricaturista e ilustrador de jornais, revistas e livros. Essa publicação, O menino que morava no poste, é a sua segunda obra de literatura ficcional infanto-juvenil como escritor, a primeira foi Todos os meus gatos de volta, que concorreu ao prêmio JABUTI de literatura.
Parceiros
Além da ManausCult que patrocinou o livro, o autor contou com a parceria da filha, a escritora e roteirista Beatriz Campos, que fez a primeira leitura crítica e a revisão ortográfica do livro; o editor Marcicley Reggo que fez a diagramação e a concepção da capa; o desenhista Tieê Santos que fez a arte-final das ilustrações e a Editora Reggo que apostou no livro, publicando-o.
O ilustrador premiado Tieê Santos além de trabalhar na arte-final das ilustrações também teve a ideia de utilizar o material excedente usando-o numa outra publicação, o artebook do livro.
*Com informações da assessoria
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Muito bom, saber e ver que nossa terra é tão rica em saberes e cultura. Parabéns, ao artista e escritor Romans. Sucesso estendido a pessoa @ RogerioMascarenhas Que seja este o primeiro de muitos, guardados em sua memória e na história de vida de sua família.